Esportes

Seletiva para Mundial de Jiu Jitsu aconteceu neste fim de semana

Ana Paula Carvalho | 19/06/2011 18:35
Lutadores de Jiu Jitsu disputam classificação na seletiva para Mundial. (Foto: Simão Nogueira)
Lutadores de Jiu Jitsu disputam classificação na seletiva para Mundial. (Foto: Simão Nogueira)

Começou ontem (18) a seletiva para o Campeonato Mundial de Jiu Jitsu que acontecerá em São Paulo entre os dias 25 e 30 de julho. Ao todo, 380 atletas disputam a classificação em 12 categorias.

No sábado as disputas no Ginásio Guanandizão,em Campo Grande, foram da modalidade absoluto, quando as disputas se dão de acordo com a faixa, não importando a idade e o peso. Hoje (19), as disputas acontecem por categorias. Apenas os três primeiros colocados de cada categoria se classificam para o Mundial.

Yan Lucas, Carvalho de Souza, de 15 anos, entrou para o esporte com 11 anos, por incentivo do pai. Era uma forma de tentar emagrecer. Há quatro anos, ele tinha o mesmo peso que tem hoje, 60 quilos. “No começo eu levava na brincadeira, porque meu pai tinha me incentivado a ir para poder emagrecer, depois eu comecei a levar a sério”, relata.

Hoje, o atleta da academia Delariva MS, quer ganhar a seletiva para poder ir ao Mundial. Só este ano, ele já ganhou três competições consecutivas. E o que era brincadeira, virou coisa séria. Ele é campeão estadual Infanto-Juvenil B e conquistou dois títulos no Festival de Artes Marciais. “Hoje eu estou um pouco ansioso, porque estou mudando de categoria, mas vamos ver”, diz confiante.

Mas não é apenas quem começa cedo que se destaca nessa modalidade de luta. Caio Bandeira, 21 anos, estudante de odontologia, treina apenas há oito meses e tem se tornado uma revelação. O jovem foi campeão estadual na etapa Pantanal e, hoje, venceu a primeira luta da seletiva em menos de um minuto. “O Jiu Jitsu e uma arte suave que te ajuda a ter muita disciplina e determinação”, afirma.

Para vice-presidente da Fedeação de Jiu Jitsu de Mato Grosso do Sul, relacionar a modalidade à marginalização é um pré-conceito antigo. (Foto: Simão Nogueira)

Marginalização- O Jiu Jitsu é conhecido por muitos como um esporte violento e é muitas vezes relacionado à marginalização. Pré-conceito que existe há muitos anos e que profissionais de qualidade lutam para desmistificar.

O vice-presidente da Federação de Jiu Jitsu de Mato Grosso do Sul, Mayke Pessoa, é praticante da modalidade há 20 anos, e, desde então já existia esse pré-conceito. Para tentar diminuir isso, a Federação acompanha de perto as academias que são federadas e os atletas. “Quando alguém chega na academia e diz que quer começar a lutar, a gente pergunta o motivo, se ele diz que é só para defesa pessoal, o treinamento dele é diferenciado de um atleta que treina para competir”, afirma.

Ainda de acordo com ele, quando uma academia vai federar um lutador, a federação solicita um atestado de criminalidade daquela pessoa. Quando o atleta é menor de idade, há todo um acompanhamento da família.

“O Jiu Jitsu também ajuda a controlar a violência”, é o que diz o professor Hector Cesar Correia, 36 anos. De acordo com ele, o professor ensina o aluno a ter disciplina e isso ajuda fora do tatame também.

Hector teve um aluno que começou no Jiu Jitsu porque se saia mal na escola. Os pais decidiram incentivá-lo a praticar o esporte. Enquanto treinava, ele melhorou na escola e de comportamento. Já tinha sido expulso de três escolas. Ele parou de treinar e voltou a ser como era antes. “Nós estamos indo atrás desse menino para trazê-lo de volta. Vamos dar uma bolsa. Vamos tentar ajudar”, afirma.

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