Esportes

Revitalização não prevê como evitar que parque seja engolido por erosão

Paulo Nonato de Souza | 28/03/2017 09:15
Segundo a prefeitura, a solução para o controle da erosão no Sóter faz parte do projeto de pavimentação e drenagem de ruas do bairro Mata do Jacinto (Foto: Alcides Neto)
Segundo a prefeitura, a solução para o controle da erosão no Sóter faz parte do projeto de pavimentação e drenagem de ruas do bairro Mata do Jacinto (Foto: Alcides Neto)

O projeto de revitalização do Parque Sóter, já em tramitação no Ministério dos Esportes, não inclui investimento na solução do problema da erosão que já engoliu a área do lago e ameaça avançar sobre a pista de caminhada, disse o diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal de Cultura e Esporte), Rodrigo Terra.

“Estamos pleiteando R$ 3 milhões com contrapartida de R$ 152 mil da prefeitura para revitalizar não apenas o Sóter, mas também o Parque Ayrton Senna (Aero Rancho), o Tarsila do Amaral (Nova Lima) e Jacques da Luz (Moreninhas). O projeto pede recursos do Ministério dos Esportes para as áreas de esporte e lazer, não prevê investimento no problema da erosão”, disse Rodrigo Terra.

Segundo a prefeitura, a solução para o controle da erosão no Sóter faz parte do projeto de pavimentação e drenagem de ruas do bairro Mata do Jacinto. Em nota enviada ao Campo Grande News, diz que na gestão anterior o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) rescindiu o contrato com a empreiteira responsável e a empresa segunda colocada na licitação será convocada para concluir a obra que ainda tem um saldo de contrato de R$ 2,2 milhões.

Ainda de acordo com a nota da prefeitura, já houve investimento de R$ 1,2 milhão na implantação de um dissipador de energia, uma espécie de degraus para reduzir a velocidade da água da chuva que cai no córrego Sóter, que corta o parque, e que ainda falta a ativação do sistema de drenagem com abertura de bocas de lobo e obras complementares, como a construção de muros de contenção.

Até mesmo o dissipador de energia, obra de 2015 para reduzir velocidade da água das chuvas, está sendo engolido pelo mato (Foto: Alcides Neto)

Inaugurada em 2004 em uma área de 22 hectares entre os bairros Mata do Jacinto e Vila Margarida, na região norte de Campo Grande, o parque já teve seus dias de glória com o grande movimento diário de pessoas em suas quadras poliesportivas, pista de skate e patinação, pista de caminhada e campos de futebol.

Atualmente as condições do parque não são das melhores. Até mesmo o dissipador de energia, uma obra de 2015 com 100 metros cúbicos de concreto e 8 mil quilos de ferro, a que se refere a nota da prefeitura, está sendo engolido pelo mato. A área de churrasqueiras está desaparecendo no matagal, mas mesmo assim o diretor-presidente da Funesp avalia que os problemas do Sóter não são dos piores. “Na área de esporte e lazer a situação não é das piores. Os maiores problemas estão nos parques Jacques da Luz e no Ayrton Senna, depois o Tarsila do Amaral e por último o Sóter”, avalia.

Com funcionamento de domingo a domingo, das 6h às 21 horas, a frequência atual nem de longe lembra o que era há cerca de 10 anos. Nesta segunda-feira, 27, durante o tempo em que permaneceu no parque, cerca de 2h30, a reportagem do Campo Grande News cruzou com apenas uma pessoa caminhando na pista.

Haldrim Rebert, de 41 anos, disse que o Sóter já foi melhor. "Falta manutenção", criticou

“Venho caminhar aqui todos os dias, mas o Sóter já foi melhor. Está faltando manutenção. Agora  virou esconderijo de meliantes e risco para a segurança das pessoas. Como se não bastasse a erosão, o matagal também está avançando sobre a pista de caminhada e os aparelhos de ginástica estão ficando desnivelados, e isso representa risco de desvio de coluna. À noite a iluminação é muito precária, é uma luz amarela que não clareia”, disse Haldrim Rebert, de 41 anos, morador no Jardim Veraneio.

Rodrigo Terra acredita que a revitalização dará uma nova cara ao Parque Sóter e deposita esperança na liberação dos recursos solicitados ao Ministério dos Esportes, onde o projeto foi protocolado na semana passada com autorização do ministro Leonardo Picciani, e hoje já recebeu o número do protocolo e a confirmação de que a proposta está em tramitação.

“Os projetos são protocolados conforme a demanda e cada projeto precisa de autorização do ministro para começar a tramitar no ministério, e a confirmação do nosso protocolo significa um avanço. A tarefa burocrática está cumprida e estou muito otimista quanto a aprovação e liberação dos recursos”, comentou Terra.

Além do asfalto irregular e com rachaduras, o mato está invadindo a pista do parque (Foto: Alcides Neto)
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