Esportes

Lagoa Itatiaia vira cenário perfeito para esporte com urbanidade e natureza

Jogos Radicais Urbanos acontecem pela primeira vez no local e preparam atletas de todo o Brasil para o Stand Up Paddle mundial

Izabela Sanchez e Clayton Neves | 17/08/2019 09:44
Raias na Lagoa Itatiaia para competição de Stand Up Paddle (Foto: Henrique Kawaminami)
Raias na Lagoa Itatiaia para competição de Stand Up Paddle (Foto: Henrique Kawaminami)

Atletas de todo Brasil de diversas idades estão juntos, na manhã deste sábado (17), para celebrar um esporte que une a radicalidade urbana com os desafios da natureza. A Lagoa Itatiaia, em Campo Grande, forneceu o cenário perfeito e é ali que a competição de Stand Up Paddle prepara os atletas para o mundial dessa modalidade de esporte.

O esporte que exige que os competidores remem em cima de uma prancha sobre a água abre a 3ª Edição dos Jogos Radicais Urbanos, com 21 categorias de Stand Up Paddle neste sábado, e continuam no domingo com a prova de Mountain Bike no Parque do Sóter, região norte da Capital, que valerá como etapa do Estadual.

Presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esportes) Rodrigo Terra afirma que o terceiro ano dos jogos consolidam a Capital de Mato Grosso do Sul como destino certo para esportes de aventura.

“Temos a possibilidade de juntar urbanidade com natureza. Poucas cidades tem essa possibilidade e Campo Grande tem vários parques. Hoje será apresentado esse novo cenário, a Lagoa Itatiaia. Está sendo realizado o evento e não prejudica o ecossistema”, disse.

Iasmim, de 18, influenciou a irmã de 19 a entrar no esporte (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma levou a outra – Olhar a dedicação da irmã mais nova no Stand Up Paddle foi o que fez Isttesany Morais, 19, natural de Ilha Bela (SP) começar a competir pelo esporte há 5 anos. “Via minha irmã competindo e isso me chamava a atenção e entrei. O esporte mudou a minha vida. Me sinto muito feliz quando estou praticando, e o contato com a natureza é a melhor parte”, disse ela.

A jovem revela que a modalidade, que ocorre na lagoa em uma raia de 200 metros, não é bem a sua área, já que a atleta costuma competir no mar, mas o treino e a dedicação fizeram com que se sentisse preparada para competir neste sábado. “A estrutura está muito boa, as raias estão muito visíveis”, elogiou.

Foi a atleta mais nova da competição dessa edição, Iasmim Morais, de apenas 18 anos, que inspirou a irmã. Há 6 anos ela começou no esporte, por recomendação médica, já que sofre de dislexia. Antes do Stand Up Paddle, tentou futebol e ballet, mas não se encontrou. “Ninguém na minha casa fazia [esportes] e acabei trazendo a minha irmã. É uma honra ter influenciado ela”, disse.

Monica, vice-campeã de Stand Up Paddle (Foto: Henrique Kawaminami)

Mudança radical – Vice-campeã na categoria de atletas acima dos 40, Monica Salustiano, 46, compete pela terceira vez no Stand Up Paddle e se apaixonou pelo esporte em 2016. Nadadora desde criança, foi em Corumbá, durante a competição Pantanal Extremo, que ela conheceu a modalidade.

“O esporte me trouxe muita disciplina, o contato com a natureza tira o estresse da correria do dia-a-dia, ganhei muitas amizades, passei a cuidar mais da alimentação. Foi uma mudança radical em vários aspectos da minha vida”, diz ela. A modalidade deste sábado, chamada de Sprint, mede “rapidez e explosão”, comentou a atleta, e fez com que Monica mudasse seus treinos.

“Não é muito a minha área, que é mais de distância, mas treinei muito, pelo menos 30 dias, há 20 dias específico para a modalidade Sprint, treinei musculatura e velocidade”, conta. Além de Monica, Mato Grosso do Sul está representado por mais 10 atletas. “Para mim isso é uma honra, eu sou paulista, mas sempre digo que Mato Grosso do Sul é o estado que escolhi para chamar de meu. Já representei o estado em outras competições fora do Brasil. A expectativa é de pelo menos um pódio”, contou.

Pranchas esperam para equilibrar competidores na Lagoa (Foto: Henrique Kawaminami)
Arthur é campeão mundial na modalidade. (Foto: Henrique Kawaminami)

Com apenas 24 anos, Arthur Santacreu – natural de São José dos Campos - já é campeão mundial de Stand Up Paddle. Ele afirma que “tirar o peso” de ser campeão mundial, sendo tão jovem, foi um aprendizado. “Antes ficava muito mais nervoso em provas mais simples, tirei essa obrigação, me sentia obrigado a vencer, mas tirei esse peso das costas e hoje treino para dar o meu melhor e me divertir”, comentou.

“Sempre fui uma criança ativa e não levo o esporte como profissão e sim com amor, as vitórias vieram em consequência disso. As pessoas quando se dizem profissionais tentam controlar tudo, com objetivo de sempre vencer, mas não é uma coisa que levo pra minha vida”, emendou.

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