Esportes

Fora dos gramados, pais enfrentam calor para ensinar a paixão de torcer

Partida entre Comercial e Novo vale vaga para as quartas de final do campeonato

Osvaldo Júnior e Guilherme Henri | 04/03/2018 17:10
Luciano Marcelino com o filho João Gabriel, torcedores do Colorado (Foto: Guilherme Henri)
Luciano Marcelino com o filho João Gabriel, torcedores do Colorado (Foto: Guilherme Henri)

Em campo, sob céu nublado e forte calor, Comercial e Novo fazem partida equilibrada na disputa por uma vaga nas quartas de final do Campeonato Sul-Mato-Grossense Loterias Caixa. Fora dos gramados, o clima é menos tenso, com público reduzido, mas animado, e pais “ensinando” seus filhos a torcerem para seus times. Nem o forte sol nem a chuva inibiram os poucos torcedores que compareceram, na tarde deste domingo (4), no estádio Morenão, em Campo Grande.

O jogo de hoje é o primeiro de João Gabriel, de três anos. O pai, Luciano Marcelino, de 41, torcedor do Colorado, tem suas razões para fazer o programa com o filhão. E os motivos vão além do jogo.
“Num mundo com jovens envolvidos com drogas, acho importante incentivar desde cedo a prática de esporte e a torcer de forma saudável, sem violência”, afirmou. Apesar de muito novo, João Gabriel também sabe dar sua opinião: “Estou gostando muito”.

Quem também levou o filho, Lucas, de dez anos, para prestigiar a partida foi o motorista Wilson Bomtempo, 50. “Sempre acompanho meu pai”, garante o garoto. O companheiro de todas as horas também torce para o Novo, assim como o pai dele.

Quanto ao calor intenso e a chuva que ensaiou cair, Wilson é categórico: “Torcer é isso mesmo. Quem é torcedor deve encarar sol, chuva”, opina.

Lorhaina, que ajuda os pais, vendeu bem menos que gostaria (Foto: Guilherme Henri)
Nem o colorido dos balões e do algodão doce ajudou Marcos nas vendas deste domingo (Foto: Guilherme Henri)

Vendas fracas – Do lado de fora do estádio, o interesse não é com o placar da partida, mas sim com faturamento das vendas de produtos diversos: balões, espetinhos, pipoca, algodão doce. Mas a avaliação, no entanto, é unânime: as vendas estão fracas.

“Hoje está fraco. Quando tem muito movimento, a gente faz de R$ 300 a R$ 300”, contou Lorhaina Martins, de 17 anos, que ajuda os pais no trabalho com carrinho de pipoca. O custo é de R$ 5, valor que justifica pelos generosos queijos e pelo tamanho do pacote.

O vendedor de espetinho e garçom, Ronaldo Terra, 53, também não está tendo um bom domingo de vendas. “Está fraco hoje. Tem vez que chego a vender 70 espetinhos em uma partida. Mas hoje estou vendendo bem menos”, disse.

As cores chamativas dos balões e do algodão doce não foram suficientes para atrair consumidores. “Está bem fraco”, avaliou o ambulante Marcos Rogério, 42 anos, que tem no comércio dos produtos importante fonte de renda.

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