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Com "quatro torcedores", Portuguesa aposta em anti corintiano para jogo

Em menos de 10 torcedores, Portuguesa conta com "antis" diante do Corinthians

Helton Verão | 27/09/2013 09:51
Varal com um pouco das 30 camisas da coleção de Nelinho. O "esquenta" para o jogo será na casa do Ascanio (Foto: Arquivo Pessoal)
Varal com um pouco das 30 camisas da coleção de Nelinho. O "esquenta" para o jogo será na casa do Ascanio (Foto: Arquivo Pessoal)

Que o Corinthians vai ter a maioria nas arquibancadas do jogo de domingo (29) diante da Portuguesa, no Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, ninguém duvida. Como em Campo Grande, só há "quatro torcedores" da Lusa, o grupo aposta no "anti" corintiano para elevar a "parca torcida lusitana" na Capital.

Um dos mais conhecidos de Campo Grande, sem dúvida, é o professor Ascanio Bottini, 54 anos. Paulistano, torcedor desde 1964, engana-se quem pensa que ele torceu porque a família toda fosse lusitana. A culpa foi do padeiro. “Minha família é toda de raízes italianas, palmeirenses fanáticos. Mas, na época, o dono de uma padaria me comprou com algumas balas e, graças a Deus, eu sou Portuguesa”, conta Bottini.

Sobre o balanço de quantos torcedores da Portuguesa ele conhece em Campo Grande e região, ele é curto e grosso na resposta: “São quatro. É um time de colônia, pequeno, de gente bem velha. Esperamos contar com a ajuda dos que não torcem pelo Corinthians”, avalia Ascanio.

Questionado sobre a sensação de torcer para a Lusa morando na Cidade Morena, cercado de corintianos, flamenguistas, são paulinos e palmeirenses, Ascanio vai fundo na resposta: “Torcer para a Portuguesa é o inverso dos outros clubes. É como ser pobre e honesto”, ressalta o professor.

Com 15 camisas e mais diversos outros itens temáticos a equipe lusitana, Ascanio vê o cenário controverso para um clube pequeno ou novo ganhar torcedores. “Infelizmente o futebol brasileiro está ganhando tendência de europeu, a mídia influencia demais. Daqui dois a três anos serão poucos clubes na batalha pelo título e os outros se transformarão em meros coadjuvantes”, avisa Bottini.

A 70 quilômetros da Capital, no município de Bandeirantes, surge outro torcedor fanático pela Portuguesa e por sinal amigo de Ascanio. O comerciante Manoel Cerqueira Neto, 32 anos, seguiu os passos do falecido pai e, hoje, esposa e filhos também reforçam a pequena torcida da Lusa em Mato Grosso do Sul. “Torço para Lusa graças ao meu pai, nasci em Dourados e ele falou meu filho irá torcer pra Portuguesa. É igual um relacionamento amoroso, você não sabe porque gosta, apaixona, não tem explicação”, conta Manoel.

“Nelinho” como é conhecido, tem orgulho até do nome, digno de português. Possui uma coleção maior do amigo Bottini, são mais de 30 camisas, copos, latas, a decoração da casa e até a cueca. “Comprei meu ingresso no primeiro dia de venda e temos uma van pronta para levar a esposa, padrasto, sogro, tio e já confirmados mais dez 'anti'”, avisa o torcedor rubro verde.

Sobre como é ser torcedor da Portuguesa em Mato Grosso do Sul, Nelinho confirma o baixo número e que quando vê alguém com a camisa na rua, faz questão de abordar. “Pergunto se torce mesmo, se torcer cumprimento e fico feliz. Quem sabe viro até amigo”, comenta.

Na casa de Nelinho, tudo é da lusa, até a cerveja que compra tem que ter o símbolo do time do coração
Ascanio com os compadres lusitanos, todos ansiosos para o jogão de domingo
Na casa de Nelinho, cerveja só se for da Portuguesa!

Os dois torcedores estão otimistas para o jogo, a Portuguesa vem em ascensão, nos últimos oito jogos, perdeu apenas um e saiu da zona de rebaixamento. “Estamos ansiosos pelo jogo. Nosso time vem em ótima fase. Mas o Corinthians é um time grande, ao longo de nossa história sempre fomos muito prejudicados pela arbitragem, se não acontecer no domingo temos boas chances de vencer o jogo”, adverte Ascanio, citando também a má fase do alvinegro, que não vence uma partida há sete jogos.

E o placar? Cada um faz sua aposta, Ascanio avisa que vai ser 1 a 0, com um gol do camisa nove Gilberto. Já Nelinho quer mais e crê no 2 a 0, com gols do mesmo Gilberto e Diogo.

Ingressos- Mais de 10 mil ingressos já foram vendidos. Os bilhetes para as arquibancadas estão no segundo lote. Para a descoberta custando R$ 35 (meia) e R$ 70 (inteira). Para a coberta, não existe a meia entrada e o valor agora é de R$ 80.

As cadeiras foi o único setor que não sofreu reajuste. O valor segue o mesmo desde o início das vendas, R$ 100. Existe acesso no estádio para cadeirantes

Os ingressos estão à venda no Gugu Lanches e na Opus, do Jardim dos Estados e na loja do Corinthians, no Pátio Central. Também pelo site www.blueticket.com.br.

Na compra de ingressos sem meia-entrada são aceitos os cartões Visa e Master.

Portuguesa e Corinthians jogam no próximo domingo (29) no estádio Morenão, às 15 horas, em partida válida pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. Os clubes chegam a Capital no sábado a tarde, a Lusa deve desembarcar primeiro, no voo previsto para chegar ao Aeroporto Internacional de Campo Grande, às 13 horas. A delegação irá fazer reconhecimento do gramado às 16 horas. E depois seguirá para o hotel Grand Park, na avenida Afonso Pena, onde ficará hospedada.

Já o Corinthians tem programação parecida, treina pela manhã em São Paulo, almoça e deve desembarcar em Campo Grande por volta das 14 horas.

Diferente da equipe rubro-verde, os alvinegros não irão fazer o reconhecimento do gramado e ficarão instalados no Novotel, localizado nos altos da avenida Mato Grosso.

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