Eventos

Capital recebe Caravana Nacional da Juventude em segundo evento do país

Lúcio Borges | 11/06/2015 21:18
Caravana reuniu na AL-MS (Assembleia Legislativa de MS diversas autoridades. (Fotos: Marco Miatelo)
Caravana reuniu na AL-MS (Assembleia Legislativa de MS diversas autoridades. (Fotos: Marco Miatelo)
A presidente do Conjuve, Ângela Guimarães. (Fotos: Marco Miatelo)

A CNJ (Caravana Nacional da Juventude) “Mais direitos para mudar o Brasil” esteve nesta quinta-feira (11) em Campo Grande, colocando Mato Grosso do Sul, como o segundo Estado a receber a comitiva e o debate para ampliar o diálogo entre os governos locais e os conselhos de juventude. O encontro, por meio de Audiências Públicas, visa criar uma estratégia para prevenir a violência e reduzir a vulnerabilidade que atinge os povos e comunidades tradicionais de todo país. Segundo estatística do Conjuve (Conselho Nacional da Juventude), o Brasil apresenta uma população de 51.330.556 jovens entre 15 e 29 anos de idade e 30% do eleitorado brasileiro é formado por jovens.

A Caravana Nacional esteve em Manaus, segue amanhã para Curitiba e visita mais sete cidades do Brasil até o final de julho. Hoje, a passagem da Caravana pela Capital, que foi requerida pelo deputado estadual Marcio Fernandes, presidente do Conjuv-MS (Conselho Estadual da Juventude),  reuniu na AL-MS (Assembleia Legislativa de MS) a presidente do Conjuve, Ângela Guimarães; a coordenadora Nacional da CNJ, Morgana Bostol; o subsecretário de Políticas Públicas para a Juventude, Thiago Freitas, além de conselheiros estaduais de várias Unidades da Federação e representantes da juventude de segmentos diversos como índios, negros e transexuais.

O presidente do Conjuv-MS, disse que estes espaços para as audiências públicas fortalecem as discussões entre as federações a partir da articulação de pautas e agendas pertinentes a cada realidade. “Essa troca de informações é muito importante porque amplia a mobilização em defesa dos direitos da juventude brasileira e como podemos superar desafios enfrentados em todos os cantos do país”, ressalta Marcio Fernandes.

A presidente do Conselho Nacional destacou os avanços da política de juventude com maior participação nas universidades, mais acesso ao ensino técnico, melhores oportunidades de empregos, como também aproveitou para debater a redução da maioridade penal. Ela atribui o aumento no número de jovens infratores à falta de políticas públicas. “O cenário de hoje é decorrente de um processo histórico na formação da consciência desses adolescentes. Os jovens representam 54,8% da população encarcerada no Brasil. É preciso discutir as fragilidades do sistema atual para construir um novo momento que diminua essa porcentagem”, explica Ângela Guimarães.

Redução x Educação

O promotor da Infância, Adolescência e Juventude, Sérgio Harfouche, que é declaradamente contra a redução da maioridade penal, garante que o investimento em educação é a alternativa mais em conta para o governo e aposta que o aprisionamento dos jovens não será tábua de salvação. “A mudança deve começar pelo Estatuto da Educação e quem cometer um crime envolvendo adolescente deve responder pelo dobro da pena em regime fechado”.

A coordenadora Morgana Bostol, defende que a quantidade de jovens infratores é muito menor se comparada ao número de homicídios praticados e garante que a reincidência é muito menor do que quem sai do sistema prisional. “Os desafios são diversos e ao mesmo tempo muito parecidos. Precisamos pensar juntos estratégias e metas que possam ser aplicadas em boa parte das cidades. A gestão estadual está de parabéns no sentido de ampliar esse debate e de fortalecer a participação da juventude nesse processo de construção”, conclui.

Representantes da juventude como índios, negros e transexuais. (Fotos: Marco Miatelo)
Nos siga no