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Três a cada cinco fazem "bico" para conseguir pagar as contas do mês

Segundo enquete do Campo Grande News, 60% das respostas são daqueles que relatam precisar de atividades extras

Guilherme Correia | 13/09/2021 07:19
Homem organiza alimentos dentro de armário. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Homem organiza alimentos dentro de armário. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Nas atuais circunstâncias da economia brasileira, três a cada cinco leitores do Campo Grande News que responderam enquete, têm feito "bicos" para complementar a renda mensal e poder pagar as contas.

O resultado foi que 60% das pessoas dizem precisar fazer uma atividade de trabalho extra, para juntar um dinheiro a mais ou para completar o planejamento financeiro do mês. Os demais 40% não relataram essa necessidade.

Economia - A inflação no Brasil continua com o maior crescimento, de um mês para o outro, desde 2000. Em agosto deste ano, a variação foi de 0,87%, na comparação com julho. Já a relação entre julho e junho de 2021 foi de 0,96%. Ou seja, por dois meses consecutivos, esse índice tem sido os maiores neste século.

A inflação é o índice que mede o aumento dos preços de produtos e serviços, e influencia no poder de compra da moeda, ou seja, no quando ela vale em um determinado local.

Resultado da última enquete do Campo Grande News

Em especial, itens como os combustíveis e diversos alimentos têm sido os principais vilões desse aumento, nos dias de hoje. Ou seja, mercadorias de consumo básico, que ditam o que a população vai colocar às mesas, por exemplo, têm estado no topo da lista de aumento.

No caso de vários alimentos, a seca enfrentada pelo País é o principal motivo desse aumento. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) informou que o País vive o pior cenário de escassez hídrica há 91 anos. Isto é, os rios estão em níveis mais baixos por falta de chuvas e excesso de temperatura nos lugares.

Nesse sentido, as plantações e o pasto utilizado para animais têm apresentado mais problemas, que geram dificuldade para os produtores e perda de lucro. Para compensar isso, o preço sobe e o consumidor sente no bolso.

Além disso, a moeda brasileira, o real, tem estado mais desvalorizada, em relação as de outros países, como o dólar. Por isso, quem produz prioriza exportar mercadorias para o exterior do que vender para o mercado interno. Logo, com menos oferta, os produtos também tendem a crescer.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), campo-grandenses têm de desembolsar, em média, R$ 609,33 para adquirir a cesta básica de produtos e alimentos. O custo seria de aproximadamente R$ 1,8 mil, para uma família com quatro pessoas, R$ 700 a mais que o salário mínimo vigente.

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