Educação e Tecnologia

Dois em cada três alunos precisarão de reforço escolar para recuperar defasagem

Nos dados nacionais, 28% dos pais e responsáveis entrevistados disseram que filhos deverão ter apoio extra

Lucia Morel | 16/02/2022 18:45
Estudante de língua inglesa faz atividade escolar, na Capital. (Foto: Marcos Maluf)
Estudante de língua inglesa faz atividade escolar, na Capital. (Foto: Marcos Maluf)

Dois em cada três estudantes precisarão de reforço escolar para recuperar a defasagem de aprendizagem durante os dois anos de pandemia. Os dados são da pesquisa “Educação Não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e Suas Famílias” e vai de encontro a resultado de enquete feita pelo Campo Grande News.

Nela, cerca de 71% dos leitores responderam que acreditam que haverá necessidade de apoio e demais 29%, não. 

Nos dados nacionais, 28% dos pais e responsáveis entrevistados em dezembro do ano passado responderam que a prioridade das escolas nos próximos dois anos deverá ser justamente a promoção de programas de reforço e recuperação. As perguntas foram feitas por telefone a 1.306 pais e responsáveis de 1.850 estudantes, em todo o país.

A pesquisa, realizada pelo Datafolha a pedido do Itaú Social, da Fundação Lemann e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), mostrou ainda que para os pais, os estudantes devem receber apoio em matemática (71%), língua portuguesa (70%), ciências (62%) e história (60%). 

Consideradas apenas crianças em fase de alfabetização, esse percentual sobe: 76% precisarão de mais atenção das escolas na retomada das aulas presenciais, segundo as famílias.

De acordo com as famílias, os alunos que voltaram às atividades presenciais estão mais animados (86%), mais otimistas com o futuro (80%), mais independentes para realizar as tarefas (84%) e mais interessados nos estudos (77%) do que aqueles que continuaram no ensino remoto, respectivamente 74%, 72%, 72% e 60%.

"Um ponto muito importante é o apoio das famílias à retomada presencial, à vacinação e ao papel dos professores. A gente observa, mais uma vez, o apoio muito grande ao papel do professor e a necessidade de prioridade e valorização desse profissional. Afinal, foram dois anos em que tiveram contato com professores de forma próxima como nunca ocorreu", diz a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patricia Mota Guedes. 

Desigualdades - a pesquisa identificou que, em dezembro de 2021, mais de 800 mil estudantes continuavam sem receber nenhum tipo de atividade escolar, mesmo estando matriculados. Um em cada quatro estudantes encerrou o ano sem nenhuma atividade presencial. Entre os estudantes de escolas de baixo nível socioeconômico, esse índice chegou a 34%. 

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