Economia

Vilão em abril, combustível puxou para baixo inflação de maio, de 0,32%

Marta Ferreira | 03/06/2011 16:10
Com queda de 20% no preço do álcool, inflação foi menor em maio. (Foto: João Garrigó)
Com queda de 20% no preço do álcool, inflação foi menor em maio. (Foto: João Garrigó)

Maio teve queda do índice de inflação em Campo Grande, segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), divulgado hoje. O índice ficou em 0,32%, contra os 1,55% de abril, quando as altas dos preços dos combustíveis e da energia elétrica foram os vilões.

No mês passado, a alta da energia continuou repercutindo no índice de inflação, mas com impacto menor. O combustível, por outro lado, puxou o percentual para baixo.

“A baixa na inflação ocorreu principalmente por conta da queda, em torno de 20%, no preço do etanol”, informa o coordenador do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Universidade Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza.

No ano, a inflação acumulada em Campo Grande é de 4,36%. Nos últimos doze meses, o percentual chega a 7,76%, acima da média estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 6,5%.

Por setores-Dos sete grupos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), destacam-se com maiores altas em maio os grupos Vestuário com 3,08%, Saúde 1,62% e Habitação 1,36%. No grupo de Transportes foi registrada deflação, de (-3,14%).

O grupo Habitação teve inflação de 1,36% em relação ao mês de abril, devido ao aumento de preço de itens como forno microondas(8,94%), liquidificador 6,60% e energia elétrica 5,12%.

No grupo Alimentação, o que mais pesa na composição do item, foi verificada estabilidade de preços, que aumentaram apenas 0,01%.

No item carnes, foi constatado aumento de preço de alguns cortes de carne bovina, como fígado 9,21%, cupim 4,46% e lagarto 2,81%, e queda nos cortes de picanha (-7,28%), costela (-4,56%), filé mignon (-4,28%), paleta (-3,37%) e coxão-mole (-3,22%).

O grupo Transportes apresentou no mês de maio forte queda de (-3,14%) em seu índice, principalmente em conseqüência da queda de preço do etanol, que foi de (-20,23%). “A gasolina teve uma pequena queda de (-1,06%), mas continua caindo de preço. Automóvel novo teve pequeno reajuste de preço, de 0,23%”, diz Neto.

O Grupo Educação apresentou estabilidade de preços, com pequena alta de 0,03%, devido a alguns aumentos no preço de produtos de papelaria. No grupo de Despesas Pessoais foi registrada inflação de 0,78% em seu índice, com aumento de preço em produtos e serviços como cinema 14,36%, sabonete 5,57% e revelação fotográfica 2,31%.

No grupo Saúde os pesquisadores constataram inflação de 1,62%, destacando com aumento de preço: antialérgico e broncodilatador 1,35%, vitamina e fortificante 1,31%, antiinflamatório e antireumático 1,08%, analgésico e antitérmico 1,08%.

No último grupo, Vestuário, maio apresentopu forte inflação de 3,08% em seu índice.

“Observa-se que o grupo Alimentação apresenta um comportamento normal para a época do ano, não vindo mais pressionando a inflação. Contrariamente, os grupos Habitação, Vestuário, Saúde e Habitação foram os grupos que mais pressionaram para cima a inflação da cidade de Campo Grande neste mês de maio. Já o grupo Transportes pressionou a inflação para baixa, com a forte queda de preços do etanol neste mês de maio, de (-20,23%)", avalia o coordenador do Nepes.

Acumulado - Em relação à inflação acumulada neste ano de 2011, o grupo Educação, com 9,78%, Vestuário 7,39%, Habitação 6,07% e Saúde 5,19%, com índices acima da inflação acumulada deste ano, que foi de 4,36%.

O único grupo com inflação acumulada negativa é o grupo Alimentação, com (-0,30%). “Quanto à inflação acumulada nos últimos 12 meses, destacam-se os grupos Educação com 10,61%, Vestuário 10,36% e Habitação 8,11%, com índices acima da inflação acumulada em 12 meses, que foi de 7,76%”, informa o pesquisador.

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