Economia

Valor da importação do gás natural por MS é o menor dos últimos 12 anos

Montante é 34% inferior ao de 2016 e só supera o de 2005

Osvaldo Júnior | 06/06/2017 15:05
Ramal de distribuição do gás natural em Campo Grande (Foto: Divulgação/MSGás)
Ramal de distribuição do gás natural em Campo Grande (Foto: Divulgação/MSGás)

De janeiro a maio deste ano, o valor das compras externas por Mato Grosso do Sul ficou US$ 1,052 bilhão abaixo do montante relativo às vendas feitas pelo Estado. Esse resultado se relaciona com o pior desempenho das importações do gás natural nos últimos 12 anos.

Conforme o Alice Web (Sistema de Análise das Análises das Informações de Comércio Exterior), do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as exportações proporcionaram US$ 1.972.318.601 a Mato Grosso do Sul de janeiro a maio deste ano. Já as importações corresponderam a US$ 919.992.126. A diferença é de US$ 1.052.326.475.

O valor das exportações neste ano é 2,39% inferior ao acumulado de janeiro a maio de 2016 (US$ 2.020.704.079). Essa queda, mesmo com a diferença expressiva quanto à importação, resulta de retração, ainda mais acentuada, dos valores destinados pelo Estado a outros países, com destaque à Bolívia. O montante referente às compras é o menor desde 2007, que foi de US$ 778.731.732.

O enfraquecimento das importações decorre, com maior peso, da redução das compras de gás natural. Neste ano (até maio), o Estado destinou à Bolívia US$ 400.878.757 na aquisição do insumo. O valor corresponde a 99,9% dos US$ 401.240.759 do total comprado por Mato Grosso do Sul do país vizinho.

O montante referente da importação de gás natural neste ano (até maio) é 34% menor que o igual intervalo de 2016 (US$ 607.409.757). De acordo com a série histórica do Alice Web, o valor deste ano só é maior que o contabilizado no mesmo período de 2005. Naquele ano, de janeiro a maio, a compra do insumo correspondeu a US$ 245.925.597.

Esse cenário se relaciona à queda constante da participação do gás natural no total da receita com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços). Conforme o governo do Estado, em 2014, o produto representava 18,18% do total arrecadado de ICMS; em 2015, 16,6%; em 2016, 11,51%; neste ano, a projeção é de participação de 5,67%.

Outros produtos – A soja continua, disparada, o principal produto das exportações sul-mato-grossenses. De janeiro a maio deste ano, a oleaginosa rendeu US$ 811.278.907 ao Estado, 11,07% a mais que os US$ 730.401.506 nos mesmos meses de 2016.

Esse incremento decorre, entre outros fatores, do avanço do mercado da soja. A Argentina, por exemplo, que se tornou a segunda maior compradora dos produtos sul-mato-grossenses (atrás apenas da China), destinou US$ 115,74 milhões ao Estado.

A soja tem participação expressiva neste resultado. Nos primeiros cinco meses, os argentinos compraram US$ 28,34 milhões do grão de Mato Grosso do Sul – terceira maior importação pelo país vizinho, abaixo do minério de manganês (US$ 35,978 milhões) e do minério de ferro (US$ 28,34 milhões). No ao passado, o valor foi zero – a Argentina não adquiriu nada de soja de janeiro a maio de 2016.

Também se destaca o açúcar. A disparada nas vendas do produto foi de 84,24%. De janeiro a maio do ano passado, as vendas externas renderam US$ 62,824 milhões do Estado. Neste ano, nos meses meses, somaram US$ 115,746 milhões.

Soja apresentou crescimento nas vendas neste ano (Foto: Arquivo)
Cana registrou aumento de 84% nas exportações (Foto: Divulgação)
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