Economia

Sob olhares do Procon, postos aplicam reajuste menor na gasolina

Mariana Rodrigues | 02/10/2015 17:30
Gasolina teve reajuste de 6% e custa em média R$ 3,39 o litro. (Foto: Marcos Ermínio)
Gasolina teve reajuste de 6% e custa em média R$ 3,39 o litro. (Foto: Marcos Ermínio)

Após anúncio de reajuste de 6% no preço da gasolina, que começou a valer no último dia 30, os postos da Capital já vendem o combustível pelo preço médio de R$ 3,39, o valor chama atenção já que em novembro de 2014 a gasolina havia subido 3% e os postos elevaram o preço da gasolina em R$ 3,49. Ou seja, mesmo com novo reajuste, o preço não alcançou o valor anterior, que baixou após ofensiva dos órgãos de fiscalização.

Um dos motivos para um aumento menos significativo seria a investigação de 30 postos de combustíveis pelo Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor). A fiscalização teve início após levantamento apontar que, depois de meses pagando menos de R$ 3 pelo litro da gasolina, o consumidor viu o produto ser reajustado em 21%. Isso demonstra aumento real de até R$ 0,39 por litro. Nesse período, em poucos dias, houve aumento de R$ 2,88 para R$ 3,49, levando em consideração o menor e o maior valor encontrado nos postos da Capital.

Porém, ao percorrer alguns postos nesta sexta-feira (2), a explicação dada é que o valor é menor devido a algumas manobras usadas para não perder cliente. No posto da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, por exemplo, o gerente afirma que sempre trabalhou com o combustível abaixo do preço de mercado devido as vendas serem à vista.

José Rezende Zanata, gerente de um posto, conta que o movimento caiu cerca de 30%. (Foto: Marcos Ermínio)

"Lucramos em torno de R$ 0,18, por litro, pois trabalhamos com preço mais baixo, ganhamos no giro das vendas", conta Militão Renovato Pires, gerente do posto, que quando questionado se o sobre vai subir mais, ele acrescenta que está monitorando os outros postos para ver se o preço de R$ 3,39 vai permanecer. "Se permanecer esse preço, vamos aumentar pelo menos, uns R$ 0,03", conta.

Em outro posto, localizado na Rua 26 de Agosto, com o aumento de 6%, a gasolina passou a custar R$ 3,37, o gerente José Rezende Zanata conta que essa foi uma estratégia para segurar os clientes que diminuíram em 30% já no primeiro dia de aumento. "Se você aumenta muito o preço, os clientes acabam indo procurar outras promoções e nós sabemos que tem locais que o combustível é ainda mais barato que aqui", conta.

Zanata justifica ainda que uma das manobras de escape para garantir que os clientes abasteçam é oferecendo outros serviços gratuitos. "Por exemplo, ao abastecer, o cliente ganha uma ducha, aí a gente já justifica que aqui ele tem esse diferencial", diz.

Consumidores - Mesmo com o reajuste valendo desde a última quarta-feira, alguns consumidores alegam que foram pegos de surpresa com o valor pela qual o litro da gasolina está sendo vendido. "É um absurdo, não sabia do reajuste está tudo tão caro, não só o combustível, mas todas as outras coisas, o jeito é não desperdiçar e tentar conter os gastos", afirma a aposentada Fátima Aparecida Luizari Stabile, 58 anos.

Fátima Aparecida Luizari Stabile, 58 anos, ficou surpresa ao saber de mais um reajuste. (Foto: Marcos Ermínio)

Outro que se diz indignado com a atual onda de reajustes é o taxista Ivo Dorhrer Junior, 28 anos. "Com o aumento da gasolina lucramos menos, é difícil trabalhar desse jeito, pois o combustível sobe e desce do nada".

Etanol - Além da gasolina, que subiu 6%, o diesel que apresentou reajuste de 4%, o etanol também já é repassado por um valor maior para os consumidores. Tem postos repassando o produto por até R$ 2,29 o litro.

A justificativa é o aumento da demanda, pois quando a gasolina sobe, os clientes migram para o álcool. No posto Tereré, na Avenida Mato Grosso o combustível é vendido por R$ 2,29 o litro. "Estávamos vendendo abaixo da pauta e tínhamos baixado o preço por conta própria, agora por conta da demanda, estamos vendendo no preço normal", justifica.

Alguns postos estão em "promoção" e vendem o combustível por R$ 3,09. (Foto: Marcos Ermínio)
Nos siga no