Economia

Sem gasolina, postos baixam preço do etanol para não perder clientes

Mariana Lopes | 25/07/2012 11:29
Em postos de Campo Grande, o preço do etanol baixou até trinta centavos. (Foto: Mariana Lopes)
Em postos de Campo Grande, o preço do etanol baixou até trinta centavos. (Foto: Mariana Lopes)

Em Campo Grande, a falta de gasolina obrigou os proprietários dos postos de combustível a baixar o preço do etanol para não perder os clientes. Em um giro pela cidade, a reportagem do Campo Grande News conferiu a redução do valor. O preço caiu de onze a trinta centavos.

No posto São Marcos, na rua Padre João Crippa com a Marechal Candido Mariano Rondon, o etanol custava R$ 2,09 e agora está R$ 1,89. Lá, a gasolina está em falta desde a madrugada desta quarta-feira (25) e não há previsão de chegar, segundo o gerente, Rodney Dutra.

Rodney diz que desde que a BR começou a racionar a gasolina, esta é a primeira vez que o posto fica sem o combustível. “Agora que vamos sentir o prejuízo, tanto na redução das vendas, quanto no preço do etanol”, afirma.

Com falta de gasolina desde a última sexta-feira (20), no posto Bonato, da rua Rachid Neder com a Arthur Jorge, as vendas já caíram 60%, segundo o gerente, Daniel Pontes. “Recebemos 5 mil litros por dia, e desde sexta passamos a maior parte do tempo com falta de gasolina. Ontem acabou por volta das 19h e não tem previsão para chegar mais”, conta o gerente.

No posto Milênio, da rua Bahia com a Eduardo Santos Pereira, a gasolina acabou na segunda-feira e foi reposta no meio da manhã de hoje, com 5 mil litros. “Mas este volume vai no máximo até o final da tarde, e não tem previsão para reabastecer”, comenta o gerente, Alexandro Suriano Dias.

Segundo ele, a média de venda de combustível do posto era de 14 mil litros. Com a falta da gasolina, a venda reduziu para 3 mil litros, só de etanol, que antes vendia, por dia, 700 litros. No Milênio, o etanol custava R$ 2,20 e agora está R$ 2,09.

Motoristas- Os motoristas também já começaram a sentir a falta da gasolina. Com medo de ficar na rua, a comerciante Rose Pires, 40 anos, teve que deixar o próprio carro em casa e pegar o do filho emprestado, que é flex. “O meu estava na reserva, daí preferi não arriscar”, confessa.

Acostumada a abastecer com etanol mesmo, o receio da corretora Marly Marçal, 40 anos, é com o preço da gasolina. “Fico preocupada de a gasolina ficar escassa e o preço ir às alturas”, diz.

Segundo o diretor de comunicação do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Mato Grosso do Sul), Marcos Vilalba, embora o problema seja com a BR Distribuidora, que atende 70% dos 500 postos de Mato Grosso do Sul, os postos de outras bandeiras acabam não dando conta da demanda de clientes.

Em nota, a Petrobras Distribuidora informou que está mobilizando todos os recursos logísticos para normalizar a oferta de gasolina e diesel à rede de postos com bandeira BR no Mato Grosso do Sul.

Para hoje, a BR distribuirá, segundo a assessoria de imprensa, cerca de 900 mil litros de gasolina, cerca de 30% acima da média diária normal, e 1,3 milhão de litros de diesel. A BR informa ainda que cerca de mil litros de gasolina está sendo transferidos do pólo de Paulínia (SP) e mais 1.250 mil litros de Araucária (PR), por via rodoviária.

Nos siga no