Economia

Retomada de fábrica de MS pode detravar crise do gás e exportações

Acordo assinado pela Petrobras é nova esperança para destravar obra em Três Lagoas

Priscilla Peres | 05/07/2017 13:20
Obra foi parada com 82% concluído. (Foto: Perfil News/Arquivo)
Obra foi parada com 82% concluído. (Foto: Perfil News/Arquivo)

Com obras paradas há mais de dois anos, a UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas - distante 338 km de Campo Grande, volta ao cenário estadual como chave para destravar a crise do gás natural e aumentar consideravelmente as exportações.

Nesta semana a Petrobras assinou memorando com a estatal petrolífera chinesa CNPC (China National Petroleum Corporation), prevendo que as companhias podem avaliar oportunidades no Brasil e nos exterior, em áreas de interesse mútuo. Se as negociações caminharem bem, essa pode ser a solução para a fábrica de MS.

De acordo com o governo do Estado, a Petrobras ainda não informou à Bolívia quanto vai importar de gás a partir de 2019, quando o contrato atual terminar. A instabilidade aliada a redução no consumo por parte da estatal, derrubaram drasticamente a arrecadação do governo com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o produto.

"Essa planta é fundamental para destravar a questão do gás, já que ela será abastecida por gás natural importado da Bolívia. E até o momento a Petrobras ainda não manifestou qual o volume vai operar a partir de 2019", afirma Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.

Outra questão estratégia da UFN 3 é a produção de fertilizantes nitrogenados, produto com grande mercado interno e externo. Em setembro, a Bolívia inaugura sua fábrica de amônia já com 8% das exportações garantidas pelo Brasil, que importa mensalmente uréia nitrogenada.

O produto é justamente o que deve ser produzido pela UFN 3, em Três Lagoas. "A Bolívia aparece já como um concorrente no mercado, mas sua produção vai atender apenas 25% da demanda que temos para o produto. Ou seja, já passou da hora da fábrica entrar em operação", afirma o secretário Jaime.

Apesar do memorando vir de encontro ao que a estatal sempre disse, que buscava um parceiro da China para destravar a obra, ele não é garantia de que isso se dará efetivamente. "É uma luz amarela que acende. Pode dar certo se eles entrarem em um acordo, mas também pode não dar".

Recentemente a Justiça Federal de Três Lagoas liberou a Petrobras para negociar ou vender a fábrica, um passo importante para destravar a obra. Com 82% das obras concluídas, a fábrica está parada há dois anos e meio, desde que o contrato com o consórcio responsável pela construção foi rompido, em dezembro de 2014. Empresários da região esperam até hoje receber R$ 36 milhões em dívidas deixados pela empresa.

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