Economia

Puxado pela soja, valor da produção agrícola em MS cresceu 53,6%

Em 2020 o valor da produção agrícola em MS foi de R$ 29,5 bilhões, segundo o IBGE

Adriano Fernandes | 22/09/2021 23:55
Máquinas colhendo soja em MS. (Foto: Senar/MS)
Máquinas colhendo soja em MS. (Foto: Senar/MS)

A produção agrícola sul-mato-grossense bateu novos recordes em 2020. Levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) aponta que o valor da produção das principais culturas do estado atingiu R$ 29,5 bilhões, com um crescimento de 53,6% em relação ao ano anterior (R$ 19,2 bilhões). 

Entre as culturas agrícolas que mais contribuíram para esse crescimento em Mato Grosso do Sul, o destaque é a soja, principal produto de exportação nacional, que alcançou a marca de 10,9 milhões de toneladas, gerando R$ 14,3 bilhões em valor bruto, o que representou um acréscimo de 50,5% frente à safra anterior, que havia registrado retração no volume produzido. 

A produção de milho no Estado, vem logo em seguida com um incremento de 8% na produção, apresentado novo recorde, atingindo 10,7 milhões de toneladas, que geraram um valor bruto de R$ 9 bilhões, número 109,3% superior ao registrado no ano anterior. 

Os dados a seguir são da PAM (Pesquisa Agrícola Municipal) do instituto, que é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor da produção das culturas temporárias e permanentes, dentre outros dados pertinentes da economia. 

Área plantada em MS 

 A área plantada aumentou 8,3%, de 2 882 107 hectares em 2019 para 3 121 522 em 2020. Se comparado a 2011 (1 761 910), o aumento foi de 77,16% em 10 anos. A área colhida seguiu a mesma tendência (8,3%). O estado manteve a 5º posição, com 8,98% da produção de soja do Brasil, 1,38 p.p maior que o número registrado ano anterior (7,6%). Entre os principais produtos, obtiveram aumento de área plantada as culturas de soja (8,3%), de mandioca (6,89%), e de trigo (29,07%). Por outro lado, apresentaram redução na área plantada o milho (-0,53%) e a cana-de-açúcar (-8,4%). 

A soja, por sinal, apresentou números crescentes em todos os parâmetros, com expansão de 49,17% do valor da sua produção, subindo de um total de R$ 9,58 bilhões em 2019 para R$ 14,30 bilhões em 2020. O número é o 5º maior do país, ficando MT em primeiro lugar, com R$ 43,47 bilhões. A participação do valor da soja no total da produção do estado caiu de 50% para 48,5% de 2019 para 2020. A participação do valor do milho, no entanto, cresce (22,6% para 30,5%), assumindo participação outrora da cana de açúcar e outras culturas

Municípios mais produtores

O município Maracaju permanece com o maior valor da produção agrícola no estado, dobrando seu valor com R$ 3,33 bilhões, tendo produzido 1 168 200 t de soja em 2020. Um aumento de 31,20% em relação a 2019 (890 400 t). Ganha destaque em 2020 Ponta Porã, cuja produção subiu 37,31%, partindo de 681 500 t em 2019 para 936 000 t em 2020. Assim, a cidade passa ser a segunda maior produtora de soja do estado, assumindo o lugar de Sidrolândia (851 000 t em 2020). 

Logo em seguida está Ponta Porã (R$ 2,36 bilhões), Sidrolândia (R$ 2,03 bilhões), Dourados (R$ 1,67 bilhão) e Rio Brilhante (R$ 1,60 bilhão). Em Ponta Porã a produção de soja aumentou 25,7%. A produção em 2019 foi de 8 698 011 toneladas. Já em 2020 foram 10 939 032. Se comparado a 2011 (5 079 581 t, o aumento foi de 115,35%.  Junto de Maracaju e Sidrolândia, Ponta Porã está entre os 20 maiores produtores de soja do país. 

Milho 

A safra de 2020, em MS, foi 7,36% superior a de 2019 – o equivalente a 733.402 de toneladas – atingindo a marca de 10,6 milhões de toneladas, sendo o novo recorde da série histórica que se iniciou em 2003. O rendimento médio da produção chegou a 5.422 kg/ha, representando um aumento de 7,92%. A área plantada foi de 1.973.409, 0,53% menor que a do ano imediatamente anterior. Dentre os 5 maiores estados produtores de milho, apenas Goiás e o Paraná apresentaram queda de produção, com 1,17% e 4,43% respectivamente.

Feijão

Já o pendimento médio da produção de feijão no estado cresceu 13% em 2020 Em 2020, a produção de feijão superou a de 2019 em 9,4%. No ano passado, a produção em toneladas foi de 34.262, enquanto que em 2019 foram 31.323 toneladas. Além disso, percebe-se um ligeiro aumento no rendimento médio da produção (quilogramas por hectare) do feijão. Em 2020, esse valor foi de 1.463 kg/ha, um crescimento de 13% em relação a 2019 (1.295 kg/ha). No ranking das UFs, MS ocupa a 14ª posição.  

Aveia

A produção de aveia em MS teve aumento de 20,5%, com 46.510 toneladas representando recorde na série histórica. Em 2019 eram quatorze os municípios que realizavam o plantio de aveia, já em 2020 esse número caiu para doze municípios que possuíam área plantada com esse cultivo. 

Maracaju ocupa a liderança com 14.400 toneladas produzidas, seguido por Ponta Porã, com 9.600 t, Rio Brilhante (9.000 t) e Aral Moreira (4.800 t). Amambai subiu duas posições, agora ocupando a 5º posição (3.500 t). A área plantada e colhida no estado foi de 33.000 hectares, quedas de 17,9% na área plantada e de 15,4% na área colhida. Apesar disso, o valor da produção foi de R$ 26,8 milhões, correspondendo a um aumento de 63,3% frente a 2019.

Quedas

A cana-de-açúcar e algodão, foram as culturas que registraram queda de produtividade, conforme o levantamento do instituto. A produção de cana-de-açúcar em MS foi de 47.896.832 toneladas, o que significa uma redução de 8,32% em relação a 2019, cuja produção foi de 52.245.291 toneladas. É a 4ª maior produção entre os estados brasileiros. A área plantada foi de 666.447 hectares e o rendimento médio da produção foi de 71.869 kg/ha. 

Quanto ao algodão, MS produziu 140 745 t, cerca de 26 000 t a menos que o obtido em 2019. O estado ainda é o quinto maior produtor do Brasil, sendo responsável por 1,99% da produção total de 7 070 136. Houve queda na produção e na área plantada dos dois maiores municípios produtores de MS (Costa Rica e Chapadão), o que justifica a queda total.  


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