Economia

Proposta da Acron para UFN3 não interessava ao governo, diz secretário

Proposta da empresa era instalar misturadora de fertilizantes, sendo indeferida pelo governo e prefeitura

Silvia Frias | 28/04/2022 14:25
Construção da usina em Três Lagoas começou em 2011 e foi interrompida três anos depois. (Foto: Arquivo)
Construção da usina em Três Lagoas começou em 2011 e foi interrompida três anos depois. (Foto: Arquivo)

A empresa russa Acron ofertou apenas a instalação de misturadora de fertilizantes, em Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande, proposta que foi rechaçada pelo governo estadual e prefeitura. Essa aprovação das administrações locais fazia parte do pré-acordo firmado com a Petrobras, que hoje, anunciou o fracasso da negociação.

Hoje, a Petrobras emitiu comunicado de que a negociação da venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3) não foi concluída, tendo em vista que o plano apresentando, em substituição ao original “impossibilitou determinadas aprovações governamentais que eram necessárias para a continuidade da transação”. 

O titular da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, explicou que a aprovação estava prevista no pré-contrato firmando entre a Acron e Petrobras, já que o governo de MS e a prefeitura concederam incentivos, como redução fiscal e doação da área, respectivamente. 

Os russos apresentaram a proposta de montar apenas a misturadora. “Se tivessem apresentado plano para terminar a indústria, os incentivos seriam mantidos”, explicou Verruck. Por isso, o novo projeto da Acron foi indeferido. 

“Gostaríamos de ter misturadora, até uma área seria doada, mas precisamos ter a indústria, nossa política de incentivo fiscal era exatamente para a questão industrial”, disse o secretário. 

Segundo o secretário, a Petrobras deve publicar ainda hoje o comunicado ao mercado reabrindo o processo de venda da UFN3. Na nota divulgada nesta quinta-feira, a perspectiva é que essa negociação seja aberta em junho. 

Indústria – O megaempreendimento avaliado em cerca de R$ 3 bilhões teve a sua construção iniciada em setembro de 2011, sendo interrompida em dezembro de 2014, quando o projeto já estava cerca de 81% executado.  

Se concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção diária de 3,6 mil toneladas ureia e 2,2 mil toneladas de amônia. 

Em 2019, a Acron já estava interessada em comprar a UFN3, mas naquele ano, as negociações foram encerradas em novembro, sem que fosse possível fechar a venda. 

No dia 4 de fevereiro, a negociação entre Acron e Petrobras foi anunciada pelo governo de MS.

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