Economia

Primeiro frigorífico de abate de jacaré de MS tem investimento de R$ 30 mi

Renata Volpe Haddad | 17/06/2016 07:11
A obra deve ficar pronta no início do ano que vem e o frigorífico está localizado às margens da BR-262, distante aproximadamente 35 quilômetros da área urbana de Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/ Diário Corumbaense)
A obra deve ficar pronta no início do ano que vem e o frigorífico está localizado às margens da BR-262, distante aproximadamente 35 quilômetros da área urbana de Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/ Diário Corumbaense)

Com investimento de R$ 30 milhões e capacidade de abate de 4,2 toneladas de carne de jacaré por dia, a Caimasul (Caimans do Sul do Pantanal Importação e Exportação) lançou oficialmente a construção do primeiro frigorífico de abates de jacarés do Mato Grosso do Sul ontem (16) em Corumbá, distante 419 km de Campo Grande.

A obra deve ficar pronta no início do ano que vem e o frigorífico está localizado às margens da BR-262, distante aproximadamente 35 quilômetros da área urbana de Corumbá. O frigorífico instalado tem previsão de geração direta de 40 postos de trabalho.

Segundo informações do site Diário Corumbaense, com licença de instalação e operação liberada pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o frigorífico é construído em uma área de 150 hectares e vai trabalhar com 10 mil matrizes em cativeiro e 250 mil jacarés em confinamento, com média aproximada de 100 mil animais abatidos por ano.

Conforme o presidente da Caimasul, Raul Amaral, o planejamento da empresa prevê a conclusão da obra e consequente entrada em operação logo no começo de 2017. A tecnologia usada para o trabalho de abate é de ponta.

"Em janeiro devemos inaugurá-lo completamente. É o único frigorífico no mundo de abate de jacaré com essa tecnologia, será inteiramente automatizado. Da mesma forma que se abate frangos e porcos, serão abatidos os jacarés. As nórias (ganchos) para transporte da carcaça do animal serão todas automáticas. O frigorífico inteiro é uma câmara fria de 15 graus”.

Frigorífico de jacaré vai gerar 40 empregos diretos. (Foto: Anderson Gallo/ Diário Corumbaense)

Com capacidade máxima de operação, prevista para até o final do ano que vem, a produção alcançará cerca 10 mil quilos de carne de jacaré por mês, com 11 tipos diferentes de cortes.

A tecnologia empregada permitirá reaproveitamento total do animal. Couro, a cabeça e as vísceras serão transformados em ração para os répteis dos cativeiros. Esse alimento vai ser produzido na fábrica de ração instalada dentro da própria empresa.

A produção do frigorífico tem destino certo e vai abastecer mercados internos e estrangeiros. A carne de jacaré será totalmente voltada para consumo doméstico. Ainda conforme Amaral, no mercado da carne, o frigorífico está focando o Brasil, principalmente Corumbá, Bonito e Campo Grande. "Outros mercados fortes são Minas Gerais e São Paulo. Acreditamos que a carne ficará no mercado brasileiro”, avaliou.

Já o couro deve ser, em sua maioria, exportado. “A pele, o nosso jacaré do Pantanal, o caiman yacare, é usado muito para sapato. No Brasil há fabricantes de calçados que utilizam essa pele. Contudo, nosso foco é o mercado internacional. São grandes compradores no México e no sul dos Estados Unidos, justamente para sapatos e botas. Há mercado fortíssimo na Ásia, que é para bolsas e carteiras. A pele tem foco internacional, carne nacional”, destacou Amaral.

O frigorífico é construído em uma área de 150 hectares e vai trabalhar com 10 mil matrizes em cativeiro e 250 mil jacarés em confinamento, com média aproximada de 100 mil animais abatidos por ano. (Foto: Anderson Gallo/ Diário Corumbaense)

De acordo com o prefeito de Corumbá, Paulo Duarte, o apoio do Poder Público municipal foi determinante para que o projeto saísse do papel e ganhasse forma. “Há dois anos, a prefeitura passou a ter efetivamente a primeira Lei de Incentivo Fiscal, aprovada pela Câmara Municipal e que possibilitou também que esse investimento estivesse acontecendo em Corumbá”.

Duarte comentou ainda que no momento de crise econômica, a prefeitura tem buscado atrair investimentos. "Gerar emprego, gerar renda e movimentar a economia da cidade é o que queremos. Quem leva a cidade para o crescimento, para o desenvolvimento, é o setor privado. A Prefeitura tem que ser parceira, tem que estar junto e fomentar esse tipo de coisa”, finalizou.

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