Economia

Prefeitura vai incentivar criação de abelhas para agricultores familiares

Previsão inicial do projeto, que vai durar 12 meses, é selecionar 10 famílias que vão receber kits para apicultura, cursos e acompanhamento

Izabela Sanchez | 20/02/2019 09:22
Bombeiro usa roupa especial e fumaça para acalmar abelhas (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Bombeiro usa roupa especial e fumaça para acalmar abelhas (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

As abelhas correm risco de desaparecem, principalmente pelo uso de agrotóxicos. É o que alertam uma série de cientistas e o que motiva o projeto brasileiro “Sem abelha, sem alimento”, coordenado pelo professor da USP (Universidade de São Paulo) Lionel Segui Gonçalves. Em Campo Grande, o cenário motivou a Prefeitura, que lançou um projeto para incentivar produtores de agricultura familiar a praticarem apicultura.

O projeto “SOS – ABELHA” é uma ação da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia), tem vigência prevista de 12 meses e será financiado por meio de convênio, ainda não divulgado pela administração. O “piloto” do projeto tem intenção de selecionar 10 famílias.

A Prefeitura explica que Campo Grande tem área extensa, de 8.092,95 km2, mas “mesmo assim, pouco se tem produzido no que diz respeito à Apicultura”. O objetivo é selecionar famílias que tenham interesse e disponibilidade, para melhorar a renda, além de conciliar a produção com preservação do meio ambiente.

“A apicultura é uma das atividades mais antigas e importantes do mundo e representa um fator de diversificação da propriedade rural, alternativa de ocupação e renda para o homem do campo. Em todo o país são gerados inúmeros empregos nos serviços de manutenção dos apiários, produção de mel, geleia real, pólen, própolis, cera, polinização, dentre outros”, justifica a administração.

E pontua, que além de produzir mel, a apicultura é uma atividade ambientalmente sustentável “pela preservação dos ecossistemas existentes, pois contribui para a manutenção das espécies nativas e aumento da produção agrícola”. A administração também cita o êxodo rural da região de Campo Grande e afirma que as produção de abelhas pode fixar as famílias no meio rural.

A atividade, justifica o projeto, é incompatível com o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos, o que facilita a certificação orgânica da produção. A produção orgânica, acrescenta, pode aumentar o preço dos produtos em até 30%. “Cumpre ressaltar que é uma atividade transformadora, tendo em vista a exigência de baixo investimento e baixo custo de manutenção e mesmo assim, com bom retorno financeiro”.

Abelhas dispersas - Para executar o projeto, equipes vão recolher enxames espalhados em Campo Grande e transportá-los aos meios rurais. “O forte calor e o desmatamento na zona rural contribuem para que os enxames de abelhas migrem para a área urbana, em busca de locais mais frescos para construírem suas colmeias”.

As famílias serão selecionadas, vão receber kits compostos por equipamentos e utensílios para o manejo de abelhas e receber capacitação. Posteriormente, mais 5 turmas de aproximadamente 20 agricultores familiares serão beneficiados.

A capacitação prevê o trabalho de engenheiros agrônomos e técnicos em agropecuária que formarão duas equipes, de consultores ligados à consolidação da empresa e outra, ligada ao manejo. As famílias vão participar de curso de organização social e associativismo, curso de planejamento e gestão, curso básico de capacitação técnica em apicultura e curso de manejo apícola.

Para acompanhar o projeto, a Prefeitura vai organizar um comitê gestor com representantes da Sedesc, Sebrae, Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Universidades e outras instituições. O objetivo é avaliar os critérios e as diretrizes para a escolha das famílias.

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