Economia

Prefeitura ainda não sabe como pagar reajuste para os professores

Priscilla Peres | 30/09/2014 21:23
Presidente da ACP pede reajuste de 8% em outubro para os professores municipais. (Fotos: Marcos Ermínio)
Presidente da ACP pede reajuste de 8% em outubro para os professores municipais. (Fotos: Marcos Ermínio)
Secretário e adjunto da Seplanfic afirmaram que não há dinheiro disponível para o reajuste.

Os professores municipais de Campo Grande aguardam pelo reajuste salarial de 8,46% com data-base de 1º de outubro. Porém, a prefeitura alega não ter dinheiro em caixa para atender o pedido da classe. Uma nova audiência entre as partes foi marcada para a semana que vem, quando ambos devem entrar em um acordo.

A prefeitura da Capital passa por uma crise financeira que ficou exposta hoje durante a Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores para apresentar o balanço orçamentário referente ao 2° quadrimestre do exercício financeiro de 2014. O presidente da ACP (Sindicato campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Alves Gonçalves, participou da reunião de hoje.

O presidente pede que a prefeitura use os recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para custear o reajuste e para isso contratou uma assessoria para analisar as finanças municipais. "Nós sabemos que a prefeitura tem condições sim de dar o reajuste e por isso q ue vim aqui hoje, quero ver o que eles vão dizer", comentou Geraldo Alves.

De acordo com os dados apresentados hoje pelo secretário adjunto da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle), Ivan Jorge, os recursos do Fundeb em 2014 somam R$ 215 milhões, porém R$ 216,068 milhões já foram investidos na educação. "Todo o recurso foi investido na folha de pagamento dos professores e os números provam que não há nada em caixa para dar reajuste. O valor a mais da receita é referente a uma sobra do ano passado", disse.

Ivan Jorge afirmou ainda que a prefeitura ainda investe R$ 160 milhões de recursos do Tesouro na educação, para garantir a folha de pagamento do fim do ano. Atualmente, 5,5 mil professores compõem o quadro da educação municipal e o reajuste de 8,46% impactaria em de R$ 3.308 milhões na folha de pagamento.

O presidente da ACP afirma que aguarda uma audiência com o prefeito Gilmar Olarte (PP) na próxima semana para definir sobre o reajuste. De acordo com ele, o aumento é referente a Lei Municipal 5.189/2013, que estabelece a integralização do Piso Nacional do magistério para a jornada de 20h semanais aos profissionais da REME.

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