Economia

Preço da carne ao consumidor só deve cair em 30 dias, prevê setor

Nícholas Vasconcelos | 14/03/2013 17:22
Carne terá redução de 9,25% com retirada de PIS e Cofins. (Foto: Marcos Ermínio)
Carne terá redução de 9,25% com retirada de PIS e Cofins. (Foto: Marcos Ermínio)

O consumidor deve esperar 30 dias para começar a desembolsar menos pela carne nos açougues e supermercados de Mato Grosso do Sul depois da redução de impostos do Governo Federal.

Segundo o presidente da Assocarnes/MS (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne do Estado de Mato Grosso do Sul), João Alberto Dias, esse deve ser o prazo necessário para que a cadeia produtiva da carne se modifique com a redução de impostos.

A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou na semana passada a retirada do PIS ( Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) dos produtos da cesta básica. No caso da carne, os dois impostos somavam 9,25%. A medida diminuiu ou reduziu impostos do café, óleo, manteiga, açúcar, manteiga, papel higiênico, pasta de dente e sabonete, que compõem a cesta básica. 

Na segunda-feira (11) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que essa desoneração deva levar pelo menos 15 dias.

Para o presidente da Assocarnes/MS, a redução deverá ocorrer em um processo mais lento. “Por trás da carne há toda uma cadeia, que começa no produtor, passa pelo frigorífico, varejo e até chegar no consumidor”, comentou.

“O PIS/Cofins tinham um impacto de certa significância, mas temos o ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços) e Fundersul, que acabam pesando”,disse João Alberto.

Comerciante espera repassar redução para consumidor. (Foto: Marcos Ermínio)

Nas filas dos açougues, a expectativa é grande para a redução da principal fonte de proteína da mesa do sul-mato-grossense. “Eu gasto R$ 400 de carne, se diminuísse o preço seria melhor ainda”, revelou o militar aposentado Dirso de Carvalho, 69 anos. A queda de 9,25% poderá representar uma economia de R$ 37.

Opinião também compartilhada por Gerry Adriano Souza, 40 anos, que por semana gasta R$ 80 com carne. “A carne pesa bem no orçamento final e tem um tempo que diz que vai ter uma redução, mas não tem”, falou o autônomo.

De acordo com João Alberto Dias, num momento em que o consumidor “aperta o cinto” com o consumo, procurando outras carnes, a desoneração da carne chega em boa hora. “Vai incrementar a comercialização”, analisa.

Comercializando cerca de 15 toneladas por mês em açougues, o empresário Ronald Kanashiro de Alem, 41 anos, espera que a redução chegue ao varejo. “ Quando o Governo do Estado diminui os impostos, foi só para os frigoríficos, e nós do varejo assumimos a conta”, falou.

Ele revela o consumidor já tem questionado a redução, querendo quando a medida da presidente Dilma chegará ao Estado. “Queremos receber o incentivo para repassar ao consumidor”, completa.

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