Economia

Por variedade e desperdício, pratos feitos perdem espaço para self service

Mariana Castelar | 16/04/2016 10:26
Com mais opções na hora de almoçar, campo-grandenses trocam prato feito por self service (Foto: Adriano Fernandes)
Com mais opções na hora de almoçar, campo-grandenses trocam prato feito por self service (Foto: Adriano Fernandes)

Arroz, feijão, carne, alface e tomate sempre fizeram parte do tradicional prato feito oferecido em diversos restaurantes de Campo Grande, por um único preço. No entanto, a opção tem se tornado restrita a poucos restaurantes e os empresários afirmam que o motivo, é consequência de uma mudança de perfil. Enquanto isso, a opção self service tem crescido entre os clientes.

Para não oferecer algo repetitivo, o proprietário do Chope Mestiço, Eduardo de Souza, adotou há três anos, a comida por quilo. Ele acredita que desta forma o serviço se torna mais justo, e que apesar de ter grande variedade, o desperdício com o prato feito é ainda maior.

“O cliente paga o que consome, por isso, ele quase nunca deixa no prato porque sabe que quem pagará este desperdício é ele mesmo. A maior parte do PF vem com uma grande quantidade de comida com um preço fixo, ou seja, se a pessoa comer ou não, ela terá que pagar por aquilo”, diz.

Segundo funcionário de um dos restaurantes pesquisados, a retirada do prato comercial no cardápio fez com que a quantidade de comida jogada fora caísse pelo menos 10%.

O excesso de comida e a pouca variedade foi o motivo que fez o vendedor Paulo Gustavo trocar o famoso PF pelo self service. “Tinha dias que tinha muita fome e outras não, ai acabava jogando muita coisa fora. Apesar de ser mais caro, compensa pela variedade também”.

Empresário afirmam que população busca qualidade e variedade. (Foto: Adriano Fernandes)

E os preços são realmente variados. De acordo com pesquisa realizada pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação convênio para o trabalhador) em 51 cidades, sendo 23 capitais, o preço médio do prato comercial ou feito é R$ 27,03, enquanto o quilo é R$ 28,43. Em Campo Grande, os valores médios são menores. Enquanto o PF custa R$ 22,27, o valor médio do quilo é de R$ 23,69.

Com conhecimento de 25 anos no mercado, o proprietário do Sabor Enquilo, HitoshiSakai, afirma que o restaurante precisa focar em um determinado serviço, ao invés de oferecer diversas opções. “Você precisa saber para qual cliente quer trabalhar. Sempre fiz desta forma por acreditar que as pessoas estão comendo menos e com uma qualidade melhor, por isso, oferecemos isso”.

Foi exatamente isso que o gerente da Padaria Pão & Tal conta. Há cerca de 15 anos, quando a padaria começou a oferecer almoço aos clientes houve a tentativa de trabalhar com o prato da semana, mas o serviço acabou não tendo procura.“As pessoas estão se alimentando melhor, e por conta disso, querem variedade de saladas, carnes e comida. No prato feito não há isso porque é o básico, que vem se tornando insatisfatório ao cliente”.

Por acreditar que este tipo de comida só gera desperdício, o proprietário do o Restaurante Furnas oferece apenas a opção de self service. Com variedades, entre de carnes, feijões e saladas, entre outros, ele conta o cliente pode comer a vontade o que o estabelecimento oferece. “Nosso objetivo é oferecer variedade de alimentos, e esta opção o PF não tem”.

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