Economia

Plano de contingenciamento prevê corte de 30 milhões/mês em despesas de MS

Medidas estão sendo adotadas em razão de perdas na receita, estimadas em R$ 280 milhões para maio

Marta Ferreira | 16/04/2020 13:59
O governador Reinaldo Azambuja, de camistra listrada à esquerda, durante visita ao HRMS. Área de saúde foi preservada dos cortes. (Foto: Chico Ribeiro)
O governador Reinaldo Azambuja, de camistra listrada à esquerda, durante visita ao HRMS. Área de saúde foi preservada dos cortes. (Foto: Chico Ribeiro)

Em torno de R$ 30 milhões/mês. É quanto  o governo de Mato Grosso do Sul pretende economizar nas despesas com a máquina pública, previstos no Plano de Contingenciamento de Gastos determinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). As medidas, segundo o governo divulgou, são um antídoto à queda na receita, estimada em R$ 280 milhões na arrecadação do mês de maio. 

Os cortes preservam as áreas de saúde e segurança pública. As regras constam em dois decretos do governador Reinaldo Azambuja que serão publicados na sexta-feira (17.4).

“Há uma expectativa de aprovação das medidas de socorro aos estados, mas elas ainda não chegaram. Não tivemos outra saída a não ser adotar cortes de gastos para a sobrevivência das nossas finanças”, afirma o governador sobre a decisão de reduzir despesas. “As negociações no Congresso Nacional precisam ser aceleradas para evitarmos o derretimento das finanças dos 27 estados”, completa. 

Azambuja criticou a demora nas discussões sobre o auxílio financeiro por avaliar que pode prejudicar o cumprimento de compromissos. “Estamos esperando uma solução porque o alongamento dessas discussões políticas pode acarretar prejuízos significativos, inclusive, até atraso de salários. Queremos evitar o pior, mas não há como fugir dessa possibilidade”, disse.

Entre os principais pontos do Plano de Contingenciamento de Gastos está a suspensão dos contratos de serviços não essenciais e a redução em 25% do valor dos que não puderem ser paralisados.

Pelas regras, fica proibida ainda celebração de novos contratos de prestação de serviço técnico especializado e de consultoria. A medida não vale para contratações relacionadas a atividades essenciais e ao enfrentamento da emergência em saúde pública.

Estão paralisados também novos contratos de locação de imóveis e os contratos vigentes serão revisados, conforme o plano. 

O governo orientou limitação de 50% dos gastos para compra de materiais de consumo. Estipulou ainda redução das despesas com energia elétrica em 25%; serviços postais, 40%; e água, 25%. 

A compra de passagens aéreas e a concessão de ajudas de custo estão suspensas.

Contratos com organizações sociais serão reduzidos em, pelo menos 20%, com exceção daqueles firmados pela Secretaria de Estado de Saúde.

As determinações - Plano de Contingenciamento de Gastos proíbe aos servidores e empregados públicos que executam as atividades remotamente o pagamento de verbas não compatíveis com o teletrabalho, como auxílio transporte, plantões, pagamento de hora extra, adicional por serviço noturno e indenização de trabalho em locais de difícil acesso. 

Sobre a concessão de diárias, assim como pagamentos de ajudas de custo e pagamento de horas extras, não são atingidos pela medida os serviços essenciais que estejam funcionando de forma presencial e nem os dos âmbitos das secretarias de Saúde e de Justiça e Segurança Pública.

As medidas valem enquanto durar a pandemia do novo coronavírus para a administração direta, para as autarquias e fundações do Estado e não afetam os salários do funcionalismo. 

Também está suspenso pagamento das parcelas de indenizações de licenças prêmios não gozadas a servidores aposentados e pensionistas. 

O acompanhamento das medidas do Plano de Contingenciamento de Gastos está a cargo das Secretarias de Estado de Fazenda e de Governo e Gestão Estratégica.

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