Economia

PF prende 14 em flagrante de cartel envolvendo Copagaz

Redação | 11/03/2010 15:46

Operação da Secretaria de Direito Econômico, junto com a Polícia Federal, flagrou nesta quinta-feira cartel envolvendo 5 empresas do setor de GLP, incluindo a sul-mato-grossense Copagaz.

A ação foi deflagrada em Fortaleza, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Bahia e São Paulo, com base em escutas telefônicas realizadas depois de denúncias de que existe acordo entre os grupos para aumentar os preços do produto em todo o País, simultaneamente.

Entre as implicadas estão a Liquigás (pertencente a Petrobras), SHV, Nacional Gás Butano, Ultragaz e Copagaz, que, segundo a Polícia Federal, representam 90% do mercado brasileiro.

O flagrante é considerado o primeiro desse tipo no Brasil. Um grupo de gerentes estava reunido em um hotel em Fortaleza para combinar modos de ação na região Nordeste e todos foram detidos.

O encontro seria para passar aos funcionários recém-contratados como são as regras e combinações vigentes entre as empresas concorrentes.

A Operação "Chama Azul" começou com 42 ordens judiciais expedidas por ajuste ilegal de preço e reserva de mercado, caracterizando formação de cartel. São 14 mandados de prisão temporária e 28 de busca e apreensão.

Os mandatos foram expedidas pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Campina Grande, na Paraíba. Na operação foram empregados cerca de 160 policiais federais dos Estados da Paraíba e Pernambuco, além de 13 servidores da SDE.

A investigação começou sobre a distribuição de gás de cozinha na cidade de Campina Grande, onde, segundo denúncia, esquema tentava eliminar a concorrência.

Os envolvidos no crime são empresários e funcionários de empresas distribuidoras ou revendedoras de GLP, que foram indiciados por formação de cartel, crime contra a ordem econômica - venda clandestina, e formação de quadrilha ou bando.

Os presos serão interrogados pela Polícia Federal e o material apreendido analisado com o auxílio de técnicos da Secretaria de Direito Econômico, para apresentação de relatório final ao Ministério Público do Estado da Paraíba

No último ano, o preço médio do GLP subiu nesses locais 15% para o consumidor, enquanto a inflação foi de 4,31%.

Hoje, Mato Grosso do Sul, também atendida por algumas dessas empresas, tem o segundo valor mais alto de gás de cozinha no País, R$ 44,00, só perde para o Mato Grosso (R$ 46,33).

De acordo com a Polícia Federal, o material apreendido será encaminhado para a Superintendência da PF na Paraíba, que coordena a operação.

A assessoria de Comunicação da Copagaz, que fica em São Paulo (SP), foi procurada, mas não retornou ao pedido de informações.

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