Economia

Para não perder clientes, empresários absorvem aumento da gasolina

Ricardo Campos Jr. | 05/08/2017 09:36
Empresários que oferecem entrega aos clientes arcam com prejuízo do aumento do combustível (Foto: João Paulo Gonçalves)
Empresários que oferecem entrega aos clientes arcam com prejuízo do aumento do combustível (Foto: João Paulo Gonçalves)

Para não correr o risco de perder clientes com reajustes de preços, empresários de Campo Grande optaram em reduzir a margem de lucro e absorver, pelo menos por enquanto, os custos decorrentes do aumento no preço dos combustíveis. Os impostos que incidem sobre o derivado de petróleo tiveram alta por decisão do Governo Federal.

Um dos segmentos que mais sentem e sofrem com os impactos da medida é o de estabelecimentos que trabalham com entregas.

Gyovanna Carolina Borges de Moraes é dona da Menina da Coxinha, que trabalha com delivery de salgadinhos na Capital. Com o negócio girando em cima do transporte até os clientes, ela chegou a anunciar no Facebook que estudava elevar o preço dos combos em razão do preço da gasolina, que interfere no valor repassado aos entregadores freelancers.

Ela recebeu uma enxurrada de comentários contrários à medida pela rede social e teve que rever a estratégia. “Eu tenho uns produtos que já tinham embutidos nos preços uma pequena taxa que eu tirava para fazer promoções e mudei os combos”, explica a empresária.

O mesmo fez Laura Freitas, 29 anos, dona da Santa Leveza Marmitaria. “Por enquanto nós ainda estamos dando uma segurada no valor das entregas, mas pretendemos fazer esse reajuste, talvez daqui a uma ou duas semanas, dependendo do lugar onde o cliente está”, explica.

Segundo ela, o impacto ainda não foi calculado porque o estabelecimento teve uma queda no movimento em julho em razão das férias, quando muitos clientes viajam ou ficam em casa com os filhos e cozinham. Somente quando voltarem a vender a quantidade normal de refeições eles poderão fazer os cálculos dos prejuízos e quanto podem absorver ou repassar aos consumidores

Stelio da Silva, 47 anos, também atua no ramo de marmitarias. Ele é proprietário da Cheiro Verde e também absorveu os custos do aumento dos combustíveis para não perder a freguesia.

“Eu particularmente como comerciante, para eu me manter, tenho que buscar outras formas de economia. Então, com essa alta, eu tive que fazer várias consultas extras de preço em cima do que eu compro para continuar mantendo o mesmo valor”, explica.

Rivanie Pereira, 40 anos, é dona da Marmitaria Dona Chica. “No momento ainda não mexemos no valor porque ele fica oscilando e está difícil repassar isso ao cliente. Além disso, não tem como aumentar o valor da refeição cada vez que tem aumento de qualquer mercadoria ou custo envolvido na produção. Acaba sendo sendo um prejuízo para a empresa, mas não tenho como passar. No momento, estamos aguardando”, afirma.

Dono do restaurante Sabor na Brasa, Leandro Rocha, 24 anos, também vai segurar o aumento do combustível. “Se você passar isso para o cliente é perigoso cair a demanda do delivery e esse é o receio que a gente tem, ao passo que se reduz o raio de entregas, também reduz o número de clientes”, pontua.

A empresa vai aumentar a ajuda de custo aos entregadores apenas quando a viagem extrapolar o raio de quilometragem determinado pelo estabelecimento, mas arcará sozinha com o prejuízo. “Eles recebem o salário por trabalhar com você, uma espécie de aluguel por usarem veículos próprios e a gasolina proporcional ao quilômetro rodado. A margem de lucro está apertada”, completa.

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