Economia

Para manter inquilino, imobiliárias reduzem em até 30% preço do aluguel

Anny Malagolini | 06/09/2016 08:23
(Foto: Fernando Antunes)
(Foto: Fernando Antunes)

A baixa procura por imóveis de aluguel em Campo Grande, afetou em cheio o mercado, e até mudou o cenário que costumava ser favorável aos locadores. Os novos 'donos da bola' agora são os inquilinos, que ganharam descontos generosos em nome da crise. Em alguns casos, a redução chega a 30%. 

A explicação é simples: a falta de interessados. Para disputar em um mercado que apresenta alta oferta e baixa demanda, as imobiliárias e locadores reduziram o preço do aluguel e aumentaram as chances de acordo.

Para o corretor de imóveis Hudson Varderlei Rocha Saldanha, o momento é benéfico ao locatário, e não para o proprietário. Ele ainda disse acreditar de que este é o pior momento do mercado imobiliário.“A procura pelo aluguel caiu 30%, agora o proprietário negocia valores e até mesmo carência. Tem empresa que só vai pagar o primeiro aluguel daqui dois meses. A situação reverteu, agora é o inquilino que tem o locador na mão, e essa maré vai até 2017”, avaliou.

Um corretor que preferiu manter seu nome em sigilo, expôs que até mesmo o aluguel de imóveis de luxo sofreram redução. No residencial Damhas, por exemplo, o aluguel que há um ano era de R$ 3,2 mil, passou a R$ 2,6 mil. “A cidade está com muitas placas de aluga-se e vende-se, a locação está parada e por isso estão abertos a negociação. Tem a ver com o momento”.

Contramão - O avanço da inflação do aluguel em 2016, conforme indicou o levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes), aumentou o preço dos alugueis de casas e de apartamentos em 4,38% - maior do que o cenário nacional, que acumula queda de 2,44%. A variação do preço do aluguel na Capital de um apartamento de três dormitórios, em uma área a, chega a 5,31% - de janeiro até agosto.

Mas na prática, o valor de um aluguel pode ser bem menor. Para para manter os negócios, as imobiliárias tem apostado na negociação, mesmo que com alugueis reduzidos.

O engenheiro civil Gustavo Souza Castro, 31 anos, sentiu na pela a recessão do mercado pela primeira vez em três anos, desde que alugou sua casa pela primeira vez. “A casa ficou vazia por três meses, nunca tinha acontecido”.

A solução encontrada por Gustavo também foi a redução do preço da locação, de R$ 750 para R$ 550. O 'desconto' chegou a 28%, mas segundo ele, a redução ainda é melhor do que deixar o imóvel parado. “Casa vazia se deteriora, perde o valor, melhor”.

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