Economia

Na véspera de aumento, procura por gás de cozinha aumenta até 30%

Petrobras anunciou alta de 16% no preço para distribuidoras, após 152 dias sem reajuste

Adriel Mattos | 10/03/2022 18:07
Preço médio na distribuidora passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg. (Fotos: Kísie Ainoã)
Preço médio na distribuidora passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg. (Fotos: Kísie Ainoã)

Após a Petrobras anunciar reajuste de 16,1% no preço médio de venda do gás de cozinha, consumidores correram para garantir um botijão um pouco mais em conta. No comércio, o custo alto de vida deve impedir ao menos que a alta seja repassada ao cliente.

A empresária Eliza Goyakohatsu, de 63 anos, compra dois cilindros de 40 kg, mas sua pastelaria consome um. Mesmo com o aumento, ela não pretende aplicar a alta no preço do pastel.

“Não acho que vou repassar, é melhor economizar. Porque não conseguimos repassar senão não fidelizamos cliente. Mas se subir mais, vamos ver”, comenta.

Para a professora Isildinha dos Santos Moral, de 61 anos, o aumento com certeza afetará o orçamento de casa. “Vai impactar porque sempre precisamos esquentar alguma coisa, fazer almoço e jantar. Vamos ter que economizar água e luz, cortar o que é supérfluo e pedir delivery, porque [a alta] não cabe no orçamento”, afirmou.

O Campo Grande News percorreu algumas revendedoras de gás e encontrou o botijão de 13 kg a R$ 115 no Carandá Gás, no bairro Carandá Bosque, e no Posto Tereré, na região do Shopping Campo Grande.

Mas a reportagem encontrou um preço em conta na Oriente Gás, na Mata do Jacinto. Lá, o botijão custa R$ 89, mas o cliente tem que retirar no local. Mesmo assim, o gerente Rogério Santos, 41, viu as vendas aumentarem 40%.

Dona Eliza vai segurar a alta para fidelizar o cliente de seu quiosque.

“Estamos trabalhando com esse preço há mais 60 dias. Temos caminhão próprio e retiramos na própria companhia, o que diminui o custo”, relatou.

O preço médio de venda do GLP da Petrobras, para as distribuidoras foi reajustado em 16,1%, e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg. O produto não era reajustado há 152 dias.

“Esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”, informou a estatal em nota.

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