Economia

Mesmo proibido, empresas vendem seguro de vida junto com passagens

Mariana Rodrigues | 01/12/2015 14:35
Além de cobrar o valor da passagem, a viação cobra mais R$ 2,39 por um seguro de vida contra acidentes que está proibido desde o dia 25 de novembro. (Foto: Gerson Walber)
Além de cobrar o valor da passagem, a viação cobra mais R$ 2,39 por um seguro de vida contra acidentes que está proibido desde o dia 25 de novembro. (Foto: Gerson Walber)

No dia 25 de novembro, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) revogou a resolução nº 1.454, de 10 de maio de 2006, que dispõe sobre a oferta de Seguro Facultativo Complementar de Viagem aos usuários de serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Desde então, vender seguros junto a passagem está proibido. Porém, na rodoviária de Campo Grande algumas empresas ainda praticam a venda.

Em uma dessas empresas, além de cobrar o valor da passagem, a viação cobra mais R$ 2,39 pelo seguro de vida contra acidentes. O Campo Grande News entrou nem contato com várias empresas de transporte rodoviário interestadual, nos dias 26 de novembro e novamente nesta segunda-feira (30) para saber se o seguro ainda estava sendo vendido, mesmo após ser proibido.

Na viação Andorinha, que faz o itinerário Campo Grande para Cuiabá, foi orçado o valor da passagem e no primeiro dia, não foi informado que o seguro estava incluso. Em outra tentativa, o valor da passagem foi repassado sem o valor do seguro, pelo custo de R$102,50, questionada sobre o seguro de vida, a atendente informou ser opcional e ao adquirir, o valor sobe para R$ 104,89. Porém no site desta empresa, a passagem é vendida já com o valor do seguro embutido.

O Campo Grande News entrou em contato com a empresa Andorinha, tanto na Capital, quanto no escritório em Presidente Prudente (SP), mas até o fechamento desta matéria, não obtivemos informações da empresa.

Na empresa Cruzeiro do Sul, foi orçado o valor de Campo Grande para Dourados, e o preço informado foi o de R$ 51, esse valor, segundo o atendente, já está incluso o seguro de vida, isso foi informado após ele ser questionado sobre como adquirir o mesmo. Para o transporte intermunicipal, ou seja, entre cidades de dentro do Estado, o seguro é opcional. A mudança está no transporte entre estados;

De acordo com o diretor operacional da Cruzeiro do Sul, Osvaldo César Possari, o seguro é facultativo e sempre é informado antes para o cliente. "Mas em alguns casos, se o consumidor se sentir lesionado, ele pode recusar o seguro e nós devolvemos o dinheiro". 

Na Viação São Luiz e Motta, os atendentes disseram que não trabalhavam mais com o seguro e que o mesmo estava proibido. O que é cobrado no valor das passagens são apenas as taxas de embarque e pedágio.

Hábito - Mesmo com a nova regra, os consumidores não possuem o hábito de perguntar quais as taxas estão sendo pagas no ato da compra de passagens, alguns nem sabem da existência desse seguro. É o caso de Suellen Joca, 23 anos, ela disse que não sabia que era cobrado esse seguro. "Não sabia que existia, comprei uma passagem na semana passada com destino de Dourados a Campo Grande e nem perguntei", conta.

Sullen disse ainda que não costuma olhar no bilhete o que é cobrado no valor da passagem. "Eles informam o valor e eu pago, nunca perguntei quais taxas eles incluem, tanto que nem sabia desse seguro de vida existia".

Segundo a assessoria de imprensa da ANTT, a venda desse seguro está proibida desde o dia 25 deste mês. O usuário deve perguntar no ato da compra da passagem quais são as taxas cobradas e se o valor do seguro está incluído, caso esteja, o consumidor deve procurar o escritório da ANTT nas rodoviárias ou ligar para 166, ou escrever para ouvidoria@antt.gov.br.

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