Economia

Lojistas esperam alta nas vendas, mas consumidor vai pagar contas com 13º

Liana Feitosa | 19/12/2014 16:27
A auxiliar de farmácia Irene Rodrigues da Silva pagou IPVA, prestações e IPTU com o 13º. (Foto: Marcelo Calazans)
A auxiliar de farmácia Irene Rodrigues da Silva pagou IPVA, prestações e IPTU com o 13º. (Foto: Marcelo Calazans)

Com tanta conta, boleto e imposto para pagar, o trabalhador campo-grandense parece ter destinado o tão esperado 13º salário somente para se livrar dos débitos. Pelo menos essa foi a escolha de quatro das cinco pessoas entrevistadas pelo Campo Grande News nesta sexta-feira (19), no centro da Capital. Hoje, o benefício foi disponibilizado aos quase 90 mil servidores da Prefeitura e Governo do Estado. Mas gastar com lazer ou presentes não foi a prioridade.

"Eu investi na saúde. Deu pra comprar umas coisinhas, mas paguei mesmo consultas médicas", conta a copeira Terezina dos Santos, de 58 anos. "Não tem jeito, saúde é mais importante, então decidi cuidar", completa.

A auxiliar de farmácia Irene Rodrigues da Silva, de 45 anos, solta rapidinho a lista: "paguei IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), uma prestação atrasada e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Outra parte eu guardei".

Questionada sobre a decisão de poupar parte do benefício anual, mostrou ser pé no chão. "Ano que vem o governo muda e a gente não sabe como vai ser, né? Então é bom se precaver", analisa.

Parado - Enquanto o novo ano não começa, lojistas torcem para que os últimos dias de 2014 superem expectativas de vendas. Isso porque, até a semana passada, não houve grande procura por produtos no centro da cidade.

Há três anos atuando como vendedora nessa região, Isadora Fernanda percebe que a semana que antecede o Natal sempre apresenta salto na movimentação. "Ontem já teve um amento visível porque na semana passada, quando as lojas passaram a ficar abertas até 22 horas, o movimento foi muito fraco", considera.

Até o dia 26 deste mês, as lojas do centro ficam abertas até às 22h. (Foto: Marcelo Calazans)

Desde ontem, quinta-feira, o gerente Evandro Carvilhe também notou aumento no número de clientes na loja de calçados onde trabalha, mas espera ainda mais. "Daqui pra frente vai ser só alegria", torce.

Movimento - A dona de casa Iede Martins, de 64 anos, aproveitou a tarde de sexta-feira para fazer algumas compras antes que o fluxo de pessoas fique ainda maior, dificultando até mesmo a circulação pelas ruas do centro.

"Só hoje o movimento já aumentou cerca de 10% em relação ao início da semana, mas amanhã com certeza esse centro vai estar lotado. Sábado é sempre o dia de maior movimento", antecipa Ulisses Júnior, gerente de uma loja de roupas. Ele conta que a expectativa é que, este ano, as vendas sejam 8% maiores do que na mesma época do ano passado.

Mas a dona Iede, que fez compras hoje, na verdade não está preocupada com a quantidade de gente que vai disputar espaço nas lojas nos últimos dias antes do Natal. Há nove anos ela não visita a cidade onde cresceu, Erechim, Rio Grande do Sul. "Então esse ano separei o 13º e comprei passagem pra mim e para o meu marido passarmos duas semanas lá, visitando a família", comemora.

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