Economia

Índice de inflação cai, mas nas ruas consumidor acha tudo mais caro

Bruno Chaves e Viviane Oliveira | 09/06/2014 10:03
Pesquisas de preços afirmam que viver em Campo Grande ficou mais barato no último mês (Foto: Arquivo/Rodrigo Pazinato)
Pesquisas de preços afirmam que viver em Campo Grande ficou mais barato no último mês (Foto: Arquivo/Rodrigo Pazinato)

A vida em Campo Grande ficou mais barata no mês de maio, afirmam pesquisas de levantamento de preços. O IPC (Índices de Preços ao Consumidor), calculado mensalmente pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp, revelou que a inflação caiu de 0,60% em abril para 0,58% em maio. Na prática, nas ruas, os consumidores desconfiam dos dados e dizem que a vida está mais cara e que precisam de muita pesquisa para encontrar preços mais em conta.

“Eu costumo comparar preços nos supermercados próximos a minha casa. Procuro dias de promoção, da verdura, da carne e outros produtos”, disse a dona de casa Maria Souza Oliveira, 57 anos.

A pesquisa divulgada hoje revelou que os maiores índices de inflação na Capital foram registrados nos grupos de Habitação (2,24%), Vestuário (1,13%) e Alimentação (0,25%). Já os grupos de Transportes (-1,72%), Despesas Pessoais (-0,23%) e Educação (-0,01%) apresentaram deflação. Os demais grupos ficaram com variações dentro da normalidade.

Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada da Capital atingiu 6,21% e ultrapassou a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. Nesse período, as maiores inflações acumuladas por grupo ficaram com Alimentação (10,04%) e Educação (8,10%).

Ainda conforme o IPC de maio, os produtos que mais contribuíram para a elevação da inflação do mês foram energia elétrica (0,67%), sapato feminino (0,03%), sapato masculino (0,03%), pão francês (0,03%), maçã (0,02%), pescado fresco (0,02%), tomate (0,02%), chicória (0,02%), bebidas alcoólicas (0,02%) e aluguel de apartamento (0,01%).

Para a dona de casa Rosemeire Ribeiro, 46, interpretar as pesquisas de inflação é uma tarefa complicada. “Hoje em dia você tem que fazer a sua pesquisa porque senão a gente não dá conta. Aí chega no final do mês, o dinheiro acabou e você não comprou o que tinha que comprar”, avaliou.

Para Rosemeire, interpretar as pesquisas de infllação é uma tarefa complicada (Foto: Cleber Gellio)

Energia puxa índice – Em maio, o grupo de Habitação foi o responsável pelo alto valor da inflação do mês. A explicação é o reajuste da tarifa de energia elétrica, autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

“Sem esta alteração, a inflação seria extremamente baixa na Capital”, explicou o coordenador do Nepes, Celso Correia de Souza.

O grupo citado pelo coordenador apresentou inflação de 2,24% em relação ao mês de abril, alta considerada “fortíssima”. Entre os produtos e serviços que colaboraram com o aumentos estão o forno micro-ondas (16,26%), energia elétrica (9,41%), carvão (5,06%) e outros.

Outro grupo que apresentou elevação considerada alta pelo levantamento foi de Alimentação, registrando acréscimo de 0,25% (de 1,75% para 2%). O aumento de preços foi registrado em produtos como a chicória (23,04%), limão (15,67%), cheiro verde (14,87%), maçã (11,67%), etc.

Ao contrário daqueles que não se baseiam nos levantamentos de preços na hora de ir às compras, a dona de casa Deolina Miranda, 56, costuma olhar pesquisas de jornais para saber o que levar para casa. “Eu consigo comprovar no mercado o que falam as pesquisas”, contou. Dessa forma, ela afirmou que consegue ter uma ideia do que comprar.

Deolina acredita que pesquisas servem de base na hora de comprar produtos e serviços (Foto: Cleber Gellio)

Mais pesquisa – Outra pesquisa que mede a inflação de Campo Grande, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que no mês de maio o índice apresentou recuo de 0,52% em Campo Grande. A inflação fechou em 0,32%, média abaixo do 0,84% registrado em abril. O índice foi divulgado na sexta-feira (6).

O levantamento do Instituto Nacional revelou que o grupo “Alimentação e Bebidas” (com que da de 1,19% em abril para 0,58% em maio), mais uma vez apresentou desaceleração no ritmo de crescimento de preços.

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