Economia

Grupo russo retoma em julho obra de fábrica embargada desde 2014

Empresários e membros do governo discutiram políticas de incentivos fiscais para a retomada das obras

Jhefferson Gamarra | 11/02/2022 14:38
Governo e membros da Acron discutindo incentivos para a retomada do empreendimento (Foto: Divulgação)
Governo e membros da Acron discutindo incentivos para a retomada do empreendimento (Foto: Divulgação)

O grupo russo Acron, que há 1 semana anunciou a compra da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados  da Petrobras), em Três Lagoas, a 346 quilômetros de Campo Grande, se reuniu com membros do governo e integrantes da Petrobras nesta sexta-feira (11), para discutir políticas de incentivos fiscais.

“Estamos muito interessados em estar presente em Mato Grosso do Sul. Gostaríamos de começar a trabalhar já em julho”, o vice-presidente da Acron, Vladimir Kantor.

As obras para construção da fabrica teve início em 2011, mas foram paralisadas em dezembro de 2014 com 81% de conclusão. No encontro foi definido um grupo de trabalho para estabelecer a concessão de benefícios fiscais para a retomada da fábrica.  As reuniões do grupo de trabalho terão iniciou semana que vem.

“Em curto prazo, vamos chegar a um documento finalizado, assinado por nós e que vai permitir a continuidade das obras e dos investimentos por parte da Acron, com mais atividade econômica na região e mais oportunidades de emprego e renda para nossa gente”, destacou o governador Reinaldo Azambuja.

Secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) (Foto: Divulgação)

Com o negócio fechado, a próxima etapa será a retomada efetiva das obras. “Todas as partes estão de acordo com o negócio. Fechando o termo e vendo os itens que temos que colocar dentro desse acordo, acreditou que até julho eles possam voltar às obras”, pontuou secretário Eduardo Rocha, da Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica),

Após a paralisação das obras e a saída da estatal brasileira do segmento de fertilizantes, o governo e a prefeitura decidiram manter os benefícios fiscais aos compradores da planta industrial.

“Nos comprometemos com essa manutenção para que os russos possam dar sequência aos investimentos. Agora, dado que o projeto vai ter algumas modificações em relação à ideia inicial, essas modificações precisam ser inseridas no termo de acordo”, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Presente na reunião e parte do grupo de trabalho que definirá os incentivos, o prefeito da cidade sede da fábrica, Ângelo Guerrero, comemorou a retomada das obras. “Isso para nós é muito importante. É geração de novos empregos, crescimento da economia e ganho para os produtores”, finalizou.

Histórico -  A construção da unidade teve início em 2011 por um consórcio composto pela empreiteira Queiroz Galvão e um grupo chinês. Em 2014, a Petrobras suspendeu o contrato, após investimentos de cerca de R$ 3 bilhões. 

Em 2017, o presidente Michel Temer, colocou a planta à venda, com a intenção de sair definitivamente do setor de fertilizantes. A própria Acron teve interesse na compra, mas encerrou as tratativas sem acordo no final de 2019.

A fábrica está 81% concluída, quando finalizada, terá capacidade para produção de ureia e amônia de 3.600 toneladas/dia e 2.200 toneladas/dia, respectivamente. Atualmente a Rússia consome cerca de 20% do total de fertilizantes produzidos pelo Brasil.

Planta do projeto que está 81% finalizado (Foto: Divulgação)


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