Economia

Frigorífico JBS já demitiu mais de 300 funcionários em Campo Grande

Fabiano Arruda | 24/03/2011 11:01

Grupo registrou prejuízo de R$ 264 milhões no ano passado

Setor que será desativado emprega 500 pessoas. (Foto: Simão Nogueira)
Setor que será desativado emprega 500 pessoas. (Foto: Simão Nogueira)

O número de demissões do frigorífico JBS em Campo Grande passa de 300, segundo informações do presidente da UGT-MS (União Geral dos Trabalhadores de MS) Fábio Bezerra.

O maior número de demissões ocorre na unidade do frigorífico, antigo Bertin, localizada na saída para Sidrolândia, onde houve mais de 150 desligamentos.

As demissões devem aumentar, já que o frigorífico pretende desativar o setor de desossa da unidade, empregador de 500 pessoas.

Na outra unidade, que fica na saída para Aquidauana, os cortes devem passar de 80.

O presidente da central sindical esteve ontem no MPT (Ministério Público do Trabalho) para reivindicar que os funcionários sejam reintegrados. Ele afirma que em casos de demissões coletivas a empresa deve realizar negociações antes de optar pelo desligamento.

“O procurador do Ministério Público ficou de fazer um levantamento oficial do número de dispensas, por meio do Caged, para entender o motivo de não ter ocorrido a negociação”, explica Fábio.

“Nós queremos a reintegração desses funcionários. Todos são pais de família, cada um com pelo menos quatro pessoas como dependentes. Se multiplicar por 500 são 2 mil pessoas afetadas com as demissões”, completou o sindicalista.

O líder da UGT criticou a postura do frigorífico por “receber incentivos fiscais do governo do Estado e ter apoio financeiro do governo federal, por meio do BNDES”.

“A empresa tem que gerar emprego e não demitir”, disparou.

Prejuízos - Segundo matéria do Estado de São Paulo, a crise financeira no JBS pode ser justificada pelos números da empresa no ano passado, quando amargou um prejuízo de R$ 264 milhões, ante um lucro de R$ 220,1 milhões no balanço anterior.

Somente no quarto trimestre, as perdas somam R$ 539,3 milhões, ante um lucro de R$ 127,9 milhões no trimestre final de 2009.

Ainda conforme a publicação, entre os vários gastos não recorrentes que o JBS teve em 2010, destacam-se dois: o pagamento de um prêmio aos debenturistas de R$ 521,9 milhões, e os gastos de R$ 90 milhões com reorganização e reestruturação, após a compra da Pilgrim, segunda maior produtora de frango dos Estados Unidos.

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