Economia

Fechamento de hipermercados indica que setor terá 2016 'complicado'

Mariana Rodrigues e Priscilla Peres | 01/01/2016 08:57
As duas unidades do Maxxi Atacadista foram fechadas. (Foto: Gerson Walber)
As duas unidades do Maxxi Atacadista foram fechadas. (Foto: Gerson Walber)

O fechamento de grandes lojas do setor supermercadista – primeiro foi o Makro e, mais recentemente, Maxxi e Walmart – indica que 2016 exigirá atenção redobrada, sendo provavelmente "tão ruim quanto 2015". A análise parte tanto de representante do setor como de quem acompanha o cenário econômico.

Na última semana de 2015, o Grupo Walmart fechou três lojas, sendo duas unidades do Maxxi Atacado e um hipermercado localizado no shopping Bosque dos Ipês. Antes, em outubro, o Makro fechou sua unidade em Campo Grande após 16 anos de operação na cidade.

A explicação para o fechamento, segundo a assessoria da rede dona do Maxxi e Walmart, seria o atual ambiente econômico em que o Brasil se encontra. Conforme a memsa fonte, funcionários estão recebendo propostas de transferências para outras lojas e, se isto não for possível, o Walmart afirmou que oferece apoio para recolocação profissional.

Para o vice-presidente da Asmad (Associação Sul-Mato-Grossense de Atacadistas e Distribuidores), Aureo Francisco Akito Iked, o fechamento de duas unidades do Maxxi remete a uma situação bastante preocupante, sinaliza que algo não vai bem em termos de economia e uma série de situações precisam ser analisadas. "Acredito que em uma situação como essa, a expectativa de venda não atende o que é esperado, pelo menos para se manter a estrutura, mas não deixa de ser uma situação que a gente tem que olhar com mais carinho, porque é um sintoma da economia, dando sinais que toda a situação chega aqui a MS, e faz com que a gente olhe com mais cuidado", afirma.

Aureo acredita que o próximo ano deverá ser de alerta, pois ainda será um ano complicado para a economia. "A gente acredita que isso vai passar, precisamos nos preparar, pois 2016 vai ser complicado, devemos ter atenção redobrada agora para melhorar em 2017".

Já o economista Sergio Bastos afirma que esse cenário de fechamento de lojas e atacados no Estado é um reflexo da situação econômica de recessão em que estamos vivendo e vai ocasionar em menos geração de empregos e competitividade. "É uma situação negativa sobre a perspectiva de futuro, mas essa é uma medida que os grandes grupos estão tomando de modo operacional. Eles estão buscando manter os locais que tem melhor resultado e fechando aqueles que não estão dando resultado".

As previsões para 2016 não são nada animadoras, conforme informou Bastos, o próximo ano vai manter esse movimento de recessão econômica, e deverá ser um ano de atenção e cuidado com a economia. "O próximo ano vai ser tão ruim quanto foi esse. Deve haver diversos ajustes com a economia, tanto no setor privado quanto no público que não consegue fazer as mudanças necessárias", conta.

Mesmo com um rótulo de que o ano não será economicamente bom, Bastos afirma que o momento é de "vislumbrar uma melhora" para 2017. "O próximo ano vai sinalizar uma retomada de crescimento e pode ser um grande ano do ajuste", finaliza.

Grupo - Em 2008, o grupo inaugurou o atacadista Maxxi na avenida Coronel Antonino. De acordo com o Valor Econômico, o grupo Walmart tem planos de fechar 30 unidades em 2016, o que equivale a 5% dos 544 pontos de venda no país.

Em 2015, o grupo investiu R$ 1,3 bilhão na abertura de lojas, reforma de unidades antigas e integração de sistemas no Brasil.

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