Economia

EUA vão inspecionar três frigoríficos do Estado para retomar importação

Compra de cortes bovinos do Brasil está suspensa pelos estadunidenses desde junho de 2017

Jones Mário | 11/06/2019 11:42
Duas plantas da JBS em Campo Grande estão entre as unidades que receberão missão dos Estados Unidos (Foto: André Bittar/Arquivo)
Duas plantas da JBS em Campo Grande estão entre as unidades que receberão missão dos Estados Unidos (Foto: André Bittar/Arquivo)

Missão veterinária dos Estados Unidos vai inspecionar três frigoríficos de bovinos instalados em Mato Grosso do Sul. As visitas serão neste mês e servirão para definir se o país norte-americano vai retomar a importação de carne fresca abatida no Brasil.

A auditoria começou hoje e vai passar por mais cinco estados - Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo - até o próximo dia 28. Além de abatedouros de bovinos e de suínos, as equipes dos Estados Unidos vão visitar também laboratórios federais e serviços de inspeção.

Segundo informações apuradas pelo Campo Grande News, o primeiro frigorífico do Estado na agenda da missão estadunidense é o Marfrig Global Foods, localizado em Bataguassu. O local tem capacidade para abater até 20 cabeças de gado por hora e será inspecionado no dia 18.

Na sequência, duas plantas da JBS em Campo Grande vão receber a visita dos veterinários norte-americanos. A primeira é a unidade situada na Avenida Duque de Caxias, região oeste da Capital, que abate pelo menos 80 cabeças de gado por hora. A missão passa pelo local no dia 21.

Três dias depois será a vez do frigorífico da JBS situado na BR-060, saída de Campo Grande para Sidrolândia, que tem capacidade para abater entre 20 e 40 reses por hora.

As auditorias nos estabelecimentos do Estado serão acompanhadas por fiscais do Sipoa (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal), vinculado à SFA-MS (Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Mato Grosso do Sul).

Os Estados Unidos enviaram duas equipes de seis veterinários do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos (FSIS na sigla em inglês), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Histórico - O Brasil obteve autorização para exportar carne bovina fresca para os Estados Unidos em 2015, após processo que se arrastou por 15 anos. Antes, o País só comercializava carne termoprocessada (cozida) com os norte-americanos.

A compra de cortes bovinos do Brasil foi suspensa pelos estadunidenses em junho de 2017, devido às reações provocadas no rebanho pela vacina contra a febre aftosa. Após o problema, a dose da imunização foi reduzida de 5 ml para 2 ml e a saponina foi retirada da composição.

Em março, após negociações com os norte-americanos, a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, disse que as questões burocráticas estavam resolvidas com as autoridades sanitárias americanas. Segundo ela, o Brasil já cumpriu todas as exigências feitas pelos norte-americanos em relação à qualidade do produto brasileiro e está pronto para dar início às exportações de carne bovina in natura.

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