Economia

Enersul fará vistoria em 150 mil imóveis para combater "gatos"

Nícholas Vasconcelos | 28/03/2013 15:57
Em 2012, Enersul flagrou 31 mil consumidores furtando energia elétrica. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Em 2012, Enersul flagrou 31 mil consumidores furtando energia elétrica. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Para combater os "gatos" (como são conhecidos os desvios para não pagar pelo consumo real) de energia elétrica a Enersul vai vistoriar 150 mil imóveis em 2013. De acordo com a concessionária, o número de fiscalizações é 7% maior que o registrado em 2012 e o objetivo é reduzir o impacto que o furto de energia elétrica causa nas contas dos demais consumidores.

Os consumidores alvos das vistorias serão desde os pequenos até os grandes consumidores, como indústrias e empresas.

No ano passado, foram identificados 31.715 consumidores com irregularidades, dos quais 30% eram reincidentes. Levantamento feito pelo instituto Acende Brasil, centro que estuda o setor elétrico brasileiro, mostra que em todo País o prejuízo com o furto de energia chega a R$ 5 bilhões.

Consumidor usa artifício para não pagar pela energia consumida (Divulgação)

A conta é rateada entre os consumidores regulares, provocando um acréscimo de 4% a 17% na fatura mensal.

Segundo a empresa, os alvos são definidos a partir do histórico do consumo com aspectos, como por exemplo, a capacidade instalada, períodos de atividades ao longo do ano e até o clima. A concessionária conta ainda com as denúncias de outros consumidores.

Depois que a empresa localiza possíveis fraudes é marcada uma inspeção técnica acompanhada pelo cliente ou um responsável pela unidade consumidora e, dependendo da situação, até a Polícia pode ser acionada.

No caso de violação dos lacres e adulteração do medido, o equipamento é substituído e encaminhado para perícia técnica no Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Segundo a Enersul, a equipe também informa e registra, em formulário padrão, que o consumidor tem pleno direito de acompanhar o procedimento em uma data agendada. A empresa lembra que o Inmetro tem capacidade técnica e fé pública para emitir laudos.

Nesta semana, a sentença judicial condenou a empresa a pagar indenização de R$ 4 mil por danos morais porque suspendeu o fornecimento de energia e mandou a conta para uma consumidora da Capital após descobrir fraude no relógio. A consumidora alegou que o dano foi causado por raio.

A empresa alega que o Inmetro comprovou a irregularidade. A Justiça considera que a vistoria só pode ser válida se o consumidor acompanhar a análise dos técnicos. 

Nos siga no