Economia

Encontro na Bolívia também pode resultar em parcerias na área agrícola

País vizinho tem interesse em projetos de cooperação com MS

Osvaldo Junior | 05/05/2017 17:44
Reinaldo Azambuja discursa durante reunião na Bolívia (Divulgação)
Reinaldo Azambuja discursa durante reunião na Bolívia (Divulgação)

Além de firmar a intenção de comercialização de gás natural e ureia, o memorando de entendimento assinado nesta quinta-feira (5) também oficializa o interesse de futuros acordos de coooperação e intercâmbio comercial para expansão da produção agrícola entre a Bolívia, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A assinatura ocorreu durante a manhã em Santa Cruz de La Sierra.

De acordo com a assessoria do Governo do Estado, o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), e o presidente boliviano, Evo Morales, avançaram em negociações sobre esse tipo de parceria comercial.

A Bolívia quer, ainda, o apoio de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso para intensificar o comércio bilateral e diversificar sua economia. “Essa intenção também foi manifestada no documento assinado pelo ministro de Hidrocarburo y Energía, Luis Alberto Sanchez Fernández”, afirmou a assessoria.

Essa aproximação comercial inclui as negociações sobre o projeto de construção de ferrovia bioceânica, que ligará o Brasil, Bolívia, Peru, Paraguai e Uruguai e que ampliará as alternativas de exportação.

Durante o encontro, o presidente boliviano designou o ministro de Hidrocarburos Y Energía e o vice-ministro de Industrialização, Comercialização, Transporte e Armazenamento de Hidrocarboneto, Oscar Barriga Arteaga, para conduzirem as negociações com uma comissão técnica, formada pelos secretários de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck (de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Marcelo Miglioli (Infraestrutura) e o diretor-presidente da MSGÁS, Rudel Trindade, além de um representante do Governo do Mato Grosso.

O memorando de entendimento prevê fornecimento de gás natural para suprimento de polos industriais e usinas termelétricas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, também de comercialização de ureia, matéria prima para fabricação de fertilizante nitrogenado e adubo. As autoridades bolivianas já indicaram a planta de Cochabamba como futura fornecedora de insumos e suprimentos de gás natural, conforme informou a assessoria do governo estadual.

Segundo o governador Reinaldo Azambuja, assim como o presidente Michel Temer sinalizou a concordância para a negociação direta, sem intermediação da Petrobras, signatária do contrato do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), que vence em 2019, o presidente Evo Morales também autorizou a estatal petrolífera boliviana a negociar diretamente com as empresas de gás dos estados.

Conforme a assessoria, Azambuja levou a proposta como interlocutor do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul), bloco que reúne MS e os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No dia 22, próxima reunião do Codesul, o governador deverá aprofundar a discussão sobre os termos do contrato. “A reunião foi muito positiva, as autoridades bolivianas foram receptivas à nossa proposta, inclusive, sobre a reativação do ramal na fronteira de Corumbá, que vai levar gás para a termelétrica de Ladário”, disse o governador. O projeto da térmica prevê demanda de suprimento de 1 milhão a 1,3 milhão de m3/dia.

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