Economia

Empresas esperam início de 2011 para recuperar mercado de crédito

Jorge Almoas | 10/12/2010 11:41

Agora, clientes procuram refinanciar empréstimos em curso

Marluce explica que no meio do ano é época de buscar dinheiro para pagar dívidas feitas em dezembro (Foto: João Garrigó)
Marluce explica que no meio do ano é época de buscar dinheiro para pagar dívidas feitas em dezembro (Foto: João Garrigó)

Na agenda da população para o final do ano incluem a visita de parentes e amigos, as lautas refeições, revelação de Amigo Oculto e a espera pelo rendimento extra, com 13º salário e abonos empresariais.

Por conta disso, o movimento nas empresas financeiras que realizam empréstimos registra queda. Mas o mercado está de olho no começo do ano, época de crescimento nos contratos.

O Campo Grande News visitou algumas empresas em Campo Grande e constatou que a maioria mantém a média de atendimento, mas a conclusão dos contratos é menor.

“As pessoas estão com dinheiro no bolso, querem gastar, comprar presentes, por isso procuram menos os empréstimos”, explica Maria Neves, gerente de uma financeira do banco Bonsucesso.

No entanto, a funcionária da financeira comenta que o perfil de quem empresta dinheiro, em modelo consignado, é diferente. “O movimento cresceu nos últimos anos, porque as pessoas perderam o medo de pedir empréstimo”, disse Maria, destacando que o bom momento da economia, reforçado pela moeda forte e estabilidade no mercado de trabalho “empurram” para os empréstimos.

De acordo com Maria, o perfil dos aposentados, que recebem salário mínimo, pode conseguir realizar empréstimo no valor de R$ 4.000,00 em até 60 meses.

“É muito atrativo”, finaliza a gerente.

Financeiras fazem até promoção para aumentar clientela.

Motivos – Marluce de Lira, que gerencia outra financeira, enumera os motivos que levam a população a buscar empréstimo. “Os poucos que vem no final do ano são para fazer uma viagem ou reformar a casa. No meio do ano, querem quitar a dívida”, disse.

Outra prática comum em final de ano são os refinanciamentos de empréstimos consignados, quando o cliente renova o prazo de pagamento da dívida pelo mesmo período contratado inicialmente, e consegue “um troco”, diferença do valor já pago.

“Esse 'troco' facilita na hora de agradar a família”, conta Marluce. No entanto, o setor de empréstimo vem sofrendo baixas nos últimos tempos.

Além da exclusividade do Banco do Brasil para servidores públicos estaduais, o que retira boa fatia do mercado, o Banco Central baixou no último dia 3 normas que restringem o crédito, aumentando os juros e diminuindo os prazos.

A intenção do governo federal é retirar R$ 61 bilhões de circulação na economia.

Nos siga no