Economia

Em greve, funcionários dos Correios fazem manifestação

Luciana Brazil | 25/09/2012 16:30
Sob chuva, funcionários fazem mobilização em frente ao prédio dos Correios. (Foto: Minamar Júnior)
Sob chuva, funcionários fazem mobilização em frente ao prédio dos Correios. (Foto: Minamar Júnior)

Em greve desde ontem, funcionários dos Correios em Campo Grande fizeram uma mobilização nesta terça-feira (25) em frente ao prédio da empresa, na rua Barão do Rio Branco. Com faixas e bandeiras, a categoria reivindica aumento de 43,7% no salário base.

Os Correios tinham oferecido, até o momento, apenas o reajuste de 5,2% e o mesmo valor para os outros benefícios.

Apesar do apelo inicial de mais de 40%, a categoria protocolou uma contraproposta de reajuste, aprovada em assembleias e baseada na sugestão da ministra Cristina Peduzzi, vice-presidenta do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que prevê reajuste salarial de 5,2%, aumento linear de R$ 80 e reajuste de 8,84% no vale-alimentação, além do abono dos dias que não foram trabalhados e a manutenção de cláusulas do plano de saúde.

A segunda audiência de conciliação entre a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) foi marcada pela ministra do TST Kátia Arruda, para hoje, às 14 horas.

De acordo com o secretário geral do Sintect/MS (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul) Alexandre Takashi de Sá, a expectativa é que 60% dos funcionários, de cada setor dos Correios, participem da paralisação. “Temos que manter 40% dos empregados de cada setor trabalhando, como prevê o estatuto”, afirmou.

O secretário afirmou ainda que não possui o número exato de funcionários que aderiram à greve.

Apesar da paralisação da categoria, que poderia abrir espaço para conversa entre as partes, a possibilidade de negociação entre os Correios e os funcionários foi suspensa depois que a empresa entrou com uma ação de dissídio coletivo junto ao TST.

A ação foi ajuizada depois que alguns sindicatos do país anteciparam o prazo final para negociação, que é hoje, e paralisaram as atividades ainda no dia 11 deste mês, conforme explicou o membro do Sintect, Arionaldo Espinoza da Silva, 42 anos.

Ederlon criticou a atitude do sindicato.

“O prazo era dia 25 de setembro. A gente não marca um dia para greve, mas sim um prazo limite para negociação e alguns sindicatos não cumpriram”, destacou o carteiro Wilton dos Santos Lopes, 33 anos, membro do sindicato.

Entre rixas e acusações de jogos políticos, funcionários afirmam que o sindicato não apoiou a greve durante a assembleia realizada ontem. “Eles não foram nem contra e nem a favor, eles não estão do nosso lado”, afirmou o carteiro Ederlon, há 13 anos trabalhando na empresa.

Em defesa do sindicato, membros afirmaram que a postura da entidade preservou os princípios do estatuto. "Nós não podemos influenciar a diretamente no resultado da votação, por isso não votamos pela greve", disse Wilton.

Segundo eles, poucas pessoas estavam presentes na assembléia, o que teria forçado os diretores da entidade a se absterem do voto para não influenciarem o resultado.

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