Economia

Em ano de crise, trabalhador vai optar por pagar contas com o 13º salário

Liana Feitosa | 14/12/2015 08:11
Para economista, consumidor precisa tomar cuidado com o bolso comprar presentes neste final de ano. (Foto: Gerson Walber)
Para economista, consumidor precisa tomar cuidado com o bolso comprar presentes neste final de ano. (Foto: Gerson Walber)

O 13º salário está sendo liberado pelas empresas e o campo-grandense tem muitos planos para essa gratificação. No entanto, grande parte dos trabalhadores quer mesmo utilizar o abono natalino para se livrar das contas.

Segundo levantamento feito pela da Fecomércio (Federação do Comércio de MS), 29% dos entrevistados vão usar o abono para pagar débitos em atraso e outros 7% vão guardar o direito para quitar despesas do início do ano que vem.

Fim da dor de cabeça - Esse é o caso da vendedora Letícia Regina, que quer ficar em dia com o bolso. "Vou usar o 13° para limpar meu nome, regularizar minha situação financeira", afirma.

Segundo o economista Normann Kallmus, da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), as pessoas não gostam de fugir da obrigação com as contas.

"O brasileiro gosta de pagar conta, ele não paga não é por que ele não quer ou não gosta. Na verdade, ele quer, mas não tem conseguido quitar seus débitos", analisa.

Anderson Marques da Silva decidiu juntar o 13° dele com ao da esposa. (Foto: Gerson Walber)

Por isso, a chegada da gratificação natalina é uma chance de ouro para alcançar tranquilidade financeira. "Com a entrada do 13°, em vez de pensar em gastar mais, o consumidor deve aproveitar esse dinheiro que entra para resolver a vida", aconselha.

De tudo um pouco - A fisioterapeuta Fernanda da Silva quer aproveitar a oportunidade para colocar várias coisas em ordem, e não apenas pagar contas. "Quero fazer de tudo um pouco, a gente faz um joguinho, um cálculo com as contas, e aproveita para passear e tudo mais que der também", compartilha.

Já o chefe de prevenção de perdas, Anderson Marques da Silva, decidiu juntar o 13° dele com ao da esposa. Juntos, vão investir na qualidade de vida. "Há uns três meses decidimos mexer na nossa casa, vamos construir uma varanda, que é algo que queremos há algum tempo", conta.

Cuidado - No entanto, o economista chama atenção para os perigos dos gastos indevidos com presentes nesta época. "É preciso muito cuidado com isso", adianta.

Cabeleireiro Neme Geroges Chaia, que também é maquiador profissional, comemora o final de ano porque essa é a época de maior movimento. (Foto: Gerson Walber)

Para ele, essa não deve ser uma prioridade. "Todo mundo sabe que a situação não está fácil, então a crise não é simplesmente uma desculpa para não comprar presentes. Vale a ideia da lembrancinha, fazer alguma coisa simples, plantar uma florzinha e presentar, por exemplo", brinca.

"Mas, para a questão da lembrancinha use a criatividade, seja criativo para resolver esse problema. Não gaste com isso", afirma Normann com segurança.

Investimento - Apesar de ser autônomo e não receber esse direito trabalhista, o cabeleireiro Neme Geroges Chaia, que também é maquiador profissional, comemora o final de ano. Isso porque essa é a época de maior movimento em seu negócio, o que garante ganhos extras.

Por causa disso, o momento foi o escolhido para dar um passo importante na vida: casar. "Vou comprar alguns móveis, investir na casa, comprar alguns equipamentos para meu salão, investir na profissão e, também, casar", conta com o um sorriso no rosto.

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