Economia

Eldorado adia para 2020 início de ampliação de fábrica em MS

Ricardo Campos Jr. | 27/04/2017 14:16
Unidade da Eldorado em Três Lagoas (Foto: divulgação)
Unidade da Eldorado em Três Lagoas (Foto: divulgação)

A Eldorado Brasil Celulose adiou mais uma vez a expansão da unidade de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. O projeto inicialmente foi previsto para 2018, já havia sido postergado para 2019 e agora só deve começar em 2020.

O presidente da empresa, José Carlos Grubisich, disse ao jornal Valor Econômico que o envolvimento da companhia nas irregularidades apuradas pelas operações Sépsis e Greenfield, da Polícia Federal, dificultou as negociações para o financiamento do projeto, que engloba mais de R$ 10 milhões.

“Estamos convencidos de que temos o melhor projeto do mundo, mas é evidente que em um momento de investigação é muito mais difícil fechar um financiamento”, disse o executivo.

Ainda segundo o Valor Econômico, outra condição para a realização do plano é a redução da alavancagem financeira da Eldorado, que estava em 4,9 vezes em dezembro.

Irregularidades - Deflagrada em novembro do ano passado, as operações apuram supostos prejuízos acumulados de até R$ 50 bilhões nos maiores fundos de pensão de estatais do país.

Na ocasião, a suspeita é que os grupos, entre eles a J&F, que administra a Eldorado, adquiriram cotas em oito fundos de investimentos por valores superfaturados. Os principais alvos da Operação Greenfield, na ocasião, foram Funcef (dos funcionários da Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).

A Justiça Federal determinou o afastamento do executivo Joesley Batista da presidência do conselho da holding. Ele é suspeito, ao lado do irmão Wesley, manter contrato de R$ 190 milhões para mascarar o suborno a um empresário concorrente para que não revelasse informações de interesse da investigação, descumprindo então acordo feito anteriormente com o MPF.

Conforme o Valor Econômico, a Justiça Federal determinou que a companhia abrisse uma investigação interna para apurar as irregularidades. Grubisich afirma que os acionistas estão trabalhando na contratação de uma empresa para conduzir a apuração, que não pode ser superior a quatro meses.

A companhia divulgou ontem o balanço financeiro auditado de 2016. Ele aponta lucro de R$ 288 milhões no ano passado, alta de 22% frente a 2015. Esse é o segundo resultado anual positivo da companhia, que iniciou atividades no fim de 2012 ao inaugurar a unidade em Três Lagoas.

A fábrica, segundo Grubisich, está produzindo 10% além da capacidade normal e chegou a 1,64 milhão de toneladas em 2016, com meta para este ano de ultrapassar 1,7 milhão de toneladas produzidas. A receita líquida totalizou R$ 3 bilhões no ano passado, com queda de 8%, diante da redução dos preços da celulose e da valorização do real em relação ao dólar. J

Já o custo caixa de produção chegou a R$ 619,21 por tonelada, com redução de 8% frente a 2015 e o mais baixo da indústria.

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