Economia

Economia diversificada compensará perdas em safra, garante Riedel

Governador apontou avanço da celulose e carnes como fatores positivos para manter crescimento

Por Maristela Brunetto e Gabriela Couto | 14/03/2024 09:37
Governador falou a empresários sobre o desempenho da economia do Estado, mesmo com perdas previstas para safra de grãos (Fotos: Marcos Maluf)
Governador falou a empresários sobre o desempenho da economia do Estado, mesmo com perdas previstas para safra de grãos (Fotos: Marcos Maluf)

A diversificação das atividades econômicas no Estado será fator determinante para manter o ritmo de crescimento e o PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul mesmo diante da expectativa de queda de até 40% na próxima safra de soja, com a redução de preços e os fatores climáticos. A análise foi feita pelo governador Eduardo Riedel, do PSDB, esta manhã, no evento MS em Foco, iniciativa empresarial voltada ao setor rural, realizada no Bioparque Pantanal.

Ele mencionou o avanço da indústria de transformação, na qual se insere a celulose, que se tornou o principal produto de exportação do Estado, e da produção de carne suína e de aves. Ele admitiu que pode surgir reflexo no ano que vem com os números de 2024, mas foi otimista com a manutenção do ritmo de crescimento. “Tudo isso gera um equilíbrio no resultado final do PIB num estado que cresce mais de 6% ao ano”.

Riedel mencionou que acompanhou os debates dos produtores com o Governo Federal, indo até Brasília para reunião com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Favaro, tendo a União anunciado a prorrogação de parcelas de investimentos para o setor e definido uma linha de crédito baseada no dólar para permitir competitividade ao produtor. Ele classificou como “difícil e perversa” a situação dos produtores de soja.

O setor no ano passado assegurou dados positivos, com 14 milhões de toneladas de soja produzida e 40 milhões de toneladas de grãos e preços elevados, resultado que levou Mato Grosso do Sul à primeira posição em desempenho.

Durante a palestra desta manhã, Riedel exibiu muitos slides com números do Estado, como o maior investimento privado do País, em R$ 1.770 per capita, a quinta melhor renda média, em R$ 3.234, avanço de 68% na indústria de transformação e a terça menor taxa de pobreza extrema  e a terça maior em capital humano.

Governador mencionou ativos ambientais que MS tem e que precisam ser "monetizados"

Ativos a monetizar – O governador mencionou que o Estado ainda tem riquezas com valor que precisa ser monetizado, apontando os créditos do carbono retido na natureza, a biodiversidade e a água. Antes da palestra, em entrevista, ele apontou que este assunto foi abordado pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), em evento recente em Bruxelas, na Bélgica. Ele visitou o país para discutir com representantes da União Europeia sobre produção e questões ambientais, uma vez que os países europeus impuseram critérios para a importação de alimentos, como a produção em área alvo de desmatamento.

Ao falar aos empresários, Riedel mencionou que “serão ativos tão valiosos quanto as commodities. Essa é uma realidade que está posta, pelo valor agregado", argumentou. Na Lei do Pantanal, foi incluída a criação de um fundo, a ser destinado a compensar produtores que adotam práticas de preservação dos recursos naturais e aplicação em ações de preservação. O governo pretende obter doações para o fundo, a exemplo do Fundo Amazônia.

O governador ainda expôs na palestra as potencialidades do Estado e os investimentos em logística para atrair investimentos. Ele também comentou sobre o programa Conectando Talentos, que será conduzido pela Funtrab, para identificar demandas por mão de obra especializada e fazer o encaminhamento. “Ouvir o mercado, ouvir a aptidão das pessoas e fazer essa conexão tem sido trabalho permanente do governo do Estado.”

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