Economia

Dez meses após elevar valor, Olarte acaba com indenização de transporte

Priscilla Peres e Lidiane Kober | 06/05/2015 15:54
Prefeito afirma que cortes são necessário para manter finanças equilibradas. (Foto: Fernando Antunes)
Prefeito afirma que cortes são necessário para manter finanças equilibradas. (Foto: Fernando Antunes)

O prefeito Gilmar Olarte (PP) cortou a indenização de transporte dos agentes sanitários de Campo Grande. O benefício foi criado em 2012, na gestão do então prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), ampliada no ano passado e consiste em aporte financeiro de R$ 1,3 mil para cada trabalhador.

O objetivo do benefício é de indenizar os servidores que utilizam veículo próprio durante seu expediente de trabalho. Para isso, era pago o salário mensal mais 7,5%, com o qual o funcionário poderia arcar gastos com depreciação do veículo, abastecimento, lubrificação, pneus, manutenção e seguros.

Em julho do ano passado, Olarte publicou decreto instituindo a indenização aos servidores dos cargos de fiscal sanitário e agente fiscal sanitário, pertencentes a Secretaria municipal de Saúde Pública. Na época ele aumentou o índice de 7,5% para 30% do valor da gratificação de produtividade mensal.

Motivos - O secretário de administração, Wilson do Prado, que assina o decreto dos cortes junto com Olarte, afirma que a decisão faz parte dos cortes previstos para diminuir o custo da folha de pagamento. "Hoje a prefeitura não tem mais como dar esse benefício. Ele é feito por decreto, é temporário e não acompanha a base salarial, por isso pode ser retirado", diz.

Quanto a insatisfação dos servidores, Prado afirma que "preocupa, mas ninguém gosta de tirar benefício. É uma dor no coração" e justifica dizendo que o problema "é a falta de recursos, o que não permite manter o mesmo nível salarial". O secretário conta que pretende "devolver" o benefício, quando as finanças estiverem recuperadas.

Servidores - Questionado pelo Campo Grande News sobre o impacto do corte, o agente fiscal sanitário farmacêutico, César Augusto Brandão, afirma que não sabia que iria perder o benefício. "Não houve discussão com a categoria, fomos surpreendidos com a publicação", disse.

César que é sindicalizado, conta que a prefeitura só dispõe de três veículos oficiais para para atender 80 fiscais e fazer todo o trabalho. Por não ser suficiente que o município criou a indenização por transporte. "Se não usarmos nossos veículos próprios, o trabalho não é feito", afirma.

Ele ainda lembra "que não é benefício e sim uma indenização de transporte para custear gastos com a utilização do próprio veículo em serviço". O sindicato da categoria deve se reunir hoje ou amanhã e já pensa em paralisação. "Quando houve a negociação, o prefeito disse que não haveria problema, pois não afetaria o índice prudencial da folha e pagamento".

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