Economia

Desvalorização da bolsa chinesa torna commoditie brasileira mais atrativa

Renata Volpe Haddad | 24/08/2015 17:30
Bolsa chinesa teve grande desvalorização hoje. (Foto: STR / AFP)
Bolsa chinesa teve grande desvalorização hoje. (Foto: STR / AFP)

As bolsas asiáticas caíram cerca de 8,5% nesta segunda-feira (24), por causa das preocupações com a desaceleração da economia chinesa e Xangai, liderou as perdas, registrando recuo de 8,49%, sendo o pior dia desde fevereiro de 2007, quando atingiu o auge da crise mundial, segundo o site UOL.

Apesar de ser uma situação preocupante para a economia mundial, já que a queda atingiu também as bolsas da Europa, para o agronegócio brasileiro é um fator positivo a curto prazo, pois torna as commodities brasileiras mais competitivas com o mercado americano.

Segundo a gestora do departamento de economia da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Adriana Mascarenhas, a China é grande consumidora de soja e milho, por ter um rebanho de mais de 6 milhões de cabeças de suínos. "Com esse câmbio, o Brasil é mais competitivo com os produtos com melhor preço do que os concorrentes comerciais, como os Estados Unidos, por exemplo", explica.

Cerca de 90% da soja que Mato Grosso do Sul exporta, é direcionada para China. "Se a demanda não diminuir, por enquanto essa queda na bolsa chinesa não afeta nossa exportação, estamos vendo pelo lado positivo", comenta.

Empresas – Se para o agronegócio a desvalorização da bolsa chinesa é viável, já que o Brasil se torna mais competitivo, para as empresas isso não é bom. Muitas empresas brasileiras têm operações no mercado chinês, como setor de celulose, minério e soja, de acordo com o consultor de mercado exterior, Aldo Barigosse.

Sendo assim, essas empresas começam a vender suas ações, com tendência de queda ainda maior da bolsa chinesa. "A queda do consumo interno da China caiu, a valorização do dólar aumentou muito nos últimos 12 meses e as empresas americanas, europeias e brasileiras tendem a vender menos, pois atualmente, a economia está globalizada. Com a queda da bolsa chinesa, essas empresas passam a vender as ações com medo de desvalorização ainda maior", informa.

O consultor ressalta que como a moeda americana está muito valorizada, os produtos de outros países acabam desvalorizando. "O que acontece é que o produto americano entra na China por exemplo, custando caro e o produto chinês sai do país, com um valor mais barato, o que acontece também no Brasil", conclui.

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