Economia

Demitidos fazem fila para sacar auxílio “bem vindo” na reabertura dos bancos

Agências delimitaram espaços entre as pessoas e disponibilizaram álcool em gel para clientes

Jones Mário e Lucas Mamédio | 31/03/2020 11:44
Antes das 10h, fila já se formava na agência Caixa da Rua 13 de Maio (Foto: Henrique Kawaminami)
Antes das 10h, fila já se formava na agência Caixa da Rua 13 de Maio (Foto: Henrique Kawaminami)

Pelo menos 30 pessoas faziam fila antes da agência Caixa da Rua 13 de Maio com a Marechal Cândido Mariano Rondon, no Centro de Campo Grande, reabrir as portas, às 10h da manhã desta terça-feira (31). As marcações improvisadas na calçada designavam a distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas - parte delas composta por trabalhadores demitidos na esteira da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Vendedora, Ana Cláudia foi dispensada na semana passada (Foto: Henrique Kawaminami)

Dispensada na semana passada, a vendedora Ana Paula Arce, 24 anos, sacou aproximadamente R$ 100,00 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Ainda que pequena, a quantia fez a agora desempregada correr para a agência assim que soube da reabertura dos bancos, permitida por decreto baixado ontem (30) pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD).

O pedreiro Cláudio Luiz, 47, também foi demitido há uma semana e fez fila na Caixa para também sacar o que tem direito do FGTS. “Agora que estou sem emprego é um dinheiro bem vindo, porque não sei quando vou conseguir voltar a trabalhar”, disse.

Pedreiro, Cláudio Luiz também ficou desempregado em meio à crise (Foto: Henrique Kawaminami)

Por sua vez, o auxiliar de serralheria, Jair Serafim da Silva, 38, aproveitou o último dia para retirar o Saque Imediato do FGTS, cuja ação de pagamento contempla pelo menos 60 milhões de trabalhadores.

Silva saiu feliz da agência. “Dinheiro muito bem vindo enquanto estou sem trabalhar. A serralheria está fechada”, relata. 

Presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, Neide Maria Rodrigues passou pela agência para verificar o cumprimento dos dispositivos do decreto baixado ontem, como atender apenas serviços que não podem ser feitos em caixas eletrônicos, internet banking e aplicativos; higienização dos terminais após cada uso; e máscaras para os funcionários.

Segundo ela, algumas agências optaram por não abrir nesta terça, uma vez que ainda não tiveram tempo de se adequar às restrições de segurança e higiene.

Presidente do Sindicato dos Bancários, Neide Maria Rodrigues vistoriou agências (Foto: Henrique Kawaminami)

Na Caixa, aviso na porta lista quais serviços são atendidos pessoalmente, como saques sem cartão e senha e desbloqueios. A gerência organiza a entrada de pessoas, com dois ou três por vez.

Também na Rua Marechal Rondon, agência do Bradesco se preparava para receber seus clientes. Diferente da Caixa, o espaço mínimo entre as pessoas na fila foi marcada com fitas adesivas.

Na mesma rua, agência do Santander também se preparou para receber usuários. O local controla o fluxo de pessoas e disponibiliza álcool em gel.

(Foto: Henrique Kawaminami)
Agências devem higienizar terminais após cada uso (Foto: Henrique Kawaminami)
Agência marca distância mínima de 1,5 m entre clientes com fita adesiva (Foto: Henrique Kawaminami)
(Foto: Henrique Kawaminami)
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Caixa pintou marcações para distanciamento mínimo nas filas (Foto: Henrique Kawaminami)
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