Economia

Corte de auxílios do INSS podem criar 'caos social', dizem sindicalistas

Nyelder Rodrigues | 29/08/2017 22:53

O corte dos auxílios-doença de 90% dos convocados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no pente-fino realizado em todo o país pode levar o país a uma situação de caos social, opinam sindicalistas de Mato Grosso do Sul ao comentarem o revisão realizada pelo Governo Federal.

Entre os principais problemas está o corte de auxílios pagos há vários anos para pessoas já com idade avançada e que também demonstram não ter condições de retornar ao mercado de trabalho. Há beneficiários que já deveriam ter aposentado por invalidez (mais de dois anos recebendo o auxílio), mas não foram e agora tiveram o auxílio-doença cortado.

"Ao que tudo indica a perícia do INSS não está fazendo esse trabalho de revisão levando em consideração dados técnicos. Acreditamos que estão cortando por cortar para alcançar a meta de economia de R$ 10 bilhões por ano", reclama o presidente da Feintramag (Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias), José Lucas da Silva.

Ele também destaca que a meta foi definida previamente, antes do Governo conhecer a realidade dos trabalhadores. A opinião dele é semelhante a de Alcídes dos Santos Ribeiro, presidente da Fapems (Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas de Mato Grosso do Sul).

"Se o Governo revisasse apenas 30% dos grandes salários pagos hoje no país ele teria a economia desejada, sem precisar das costas dos trabalhadores assalariados", dispara o sindicalista sobre a situação.

Os dois sindicalistas estão recebendo inúmeras reclamações de pessoas que frisam não ter condições de voltar ao mercado de trabalho e estão sofrendo ainda mais agora, sem os recursos financeiros para se manterem.

O Governo Federal já cancelou mais de 1,5 mil auxílios-doença em Mato Grosso do Sul. As perícias de revisão dos trabalhadores serão feitas em um total de 7.832 benefícios, segundo dados do INSS.

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