Economia

Consumo das famílias tem segundo pior resultado da série histórica

Vania Galceran | 29/01/2015 17:54
Famílias colocam o pé no freio em janeiro e compram menos. (Foto: Arquivo)
Famílias colocam o pé no freio em janeiro e compram menos. (Foto: Arquivo)

Com o orçamento corroído pela inflação e com medo do desemprego, o brasileiro está segurando os gastos. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou queda de 8,6% em janeiro frente ao mesmo período de 2014. Na comparação com dezembro, houve alta de 0,2%.

O indicador, que é medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ficou em 119,7 pontos, o segundo pior da série histórica, iniciada em 2010.

Para Ricardo Kuninari, Presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Logistas), o índice de janeiro foi menor não só por causa do momento de instabilidade econômica que o país vem atravessando, aumento de juros, aumento de combustível, como também a facilidade de crédito, que acabou estrangulando as contas de muitas famílias.

"No cartão de crédito, o consumidor não chega a estar inadimplente, mas tem pago apenas a parcela mínima, que não amortiza a compra feita, apenas paga os juros cobrados pelas empresas. em alguns casos esses juros, podem chegar até a 9%, muito alto", comentou Kuninari.

O resultado foi atribuído à inflação do grupo de alimento e bebidas, que voltou a crescer em dezembro após meses de desacelerações. O índice de emprego atual teve queda de 4,3% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a dezembro, caiu 0,6%. O percentual de famílias que se sente segura no atual emprego é de 43,1%. Com 129,7 pontos, está no segundo nível mais baixo, atrás apenas de julho do ano passado.

Endividadas, as famílias brasileiras também não estão dispostas a ter despesas no cartão de crédito ou outras modalidades de parcelamento de compras. O alto custo do crédito foi determinante para que o componente que mede a intenção de compras a prazo apresentasse queda de 9,2% em janeiro na variação anual.

Na comparação com dezembro, houve recuo de 0,6%. Com 123,4 pontos, esse foi o menor nível da série, atingindo o mesmo patamar de novembro de 2014.

“As famílias estão preocupadas com os compromissos de início de ano e também com as altas de preços como energia, combustível, gastos com viagens , mas as promoções ainda atraem os consumidores, isso é uma realidade, mesmo com índices mostrando o contrário”, comentou.

Dos entrevistados, 74,1% esperamconseguir um emprego melhor e voltar a comprar nos próximos seis meses. 67,9% consideram que a renda está melhor que em igual período do ano passado.

De acordo com a pesquisa divulgada hoje, o indicador de consumo recuou 11,7% de 83,9 pontos a 74,1 pontos de dezembroaté hoje. Desta vez, 24,5% disseram que estão comprando mais que em igual período de 2014 e 50,3% informaram que reduziram o consumo.

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