Economia

Com preços 60% maiores, 34% da safrinha de milho já foi vendida em MS

Baixas temperaturas registradas hoje no Estado não chegaram a prejudicar significativamente a cultura

Rosana Siqueira | 08/05/2020 16:42
Safrinha de milho não foi afetada pelas baixas temperaturas de hoje. (Arquivo)
Safrinha de milho não foi afetada pelas baixas temperaturas de hoje. (Arquivo)

Com preços 60% maiores que no mesmo período do ano passado, o milho safrinha já tem 34,7% vendido, enquanto a cultura ainda cresce nas lavouras de Mato Grosso do Sul. O volume é superior ao ano passado, quando o milho tinha 33,8% da safra vendida . MS tem neste ano 1,97 milhão de hectares plantados com o milho segunda safra. As baixas temperaturas que provocaram geadas ha madrugada de hoje, em várias cidades no sul de MS não trouxeram danos expressivos ao milho, segundo a assistência técnica. 

O milho produzido em segunda safra no Mato Grosso do Sul, teve preço médio do mês de abril de R$ 42,99 a saca de 60 quilos. No comparativo com abril do ano passado, houve avanço nominal de 60,28%, quando a saca era cotada a R$ 26,82. Segundo o boletim do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga/MS) no indicador Cepea/Esalq verifica-se também valorização de 1,81% entre 27 de abril a 04 de maio de 2020, sendo cotado a R$ 48,83. No comparativo com o mesmo período de 2019, o avanço nominal foi de 47,03%.

Soja -  A safra 2019/2021 de soja em Mato Grosso do Sul que encerrou a colheita em março deste ano, acumulando um recorde de 11,3 milhões de toneladas, está 84,44% comercializada.

No ciclo anterior, nesta data, o volume comercializado de soja correspondia a 58,82%, um total de 25 pontos percentuais abaixo do atual. Enquanto que o milho sobe dois pontos percentuais sobre a safra passada quando, nessa mesma data, registrava um total de 33,88%.

"Mesmo com um volume maior da oleaginosa e com uma expectativa de produção inferior do milho, a demanda pela produção sul-mato-grossense, segue em alta. Isso ocorre tanto pela necessidade do consumo, quanto pela qualidade que os agricultores do Estado destinam aos grãos, eles têm investido no que há de mais moderno e sobretudo, no que é orientado por instituições de pesquisa", destaca o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja/MS), André Dobashi.

Além do maior volume a Associação também constata valorização dos grãos. As praças de Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste registraram as maiores altas do mês de abril no mercado interno, com a saca de 60 kg cotada em R$ 86. O preço médio, neste período, ficou em R$ 84,70. Comparando com o mesmo mês de 2019, houve avanço nominal de 26,90%, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 66,74.

O indicador Cepea/Esalq também aponta para uma ligeira valorização de 0,89% entre 27 de abril a 4 de maio de 2020, sinalizando a saca de soja em R$105,66, valor 43,95% maior que no ciclo passado.

Geadas - As baixas temperaturas ocorridas na madrugada de hoje assustaram os produtores mas não chegaram a trazer danos maiores as lavouras de milho, segundo a Aprosoja-MS. 

Dois municípios de Mato Grosso do Sul registraram o fenômeno conhecido como geada negra na madrugada desta sexta-feira (8). Em Iguatemi a mínima foi de 1,1°C com sensação térmica de - 4ºC. Já em Rio Brilhante, os termômetros registram 2,9ºC com sensação térmica de -2°C. As perdas foram mais expressivas na produção de hortas.

Conforme o meteorologista da Anhanguera/Uniderp, Natálio A. Filho, a geada negra acontece quando a vegetação queima por ação de ventos frios, fortes e mata as plantas, deixando o caule escuro. Em Iguatemi, por exemplo, o vento chegou aos 42 km/h, segundo o meteorologista. “Essa situação é muito prejudicial para hortifrúti granjeiro. O preço das hortaliças vai subir”, disse.


Diferente da geada convencional quando o orvalho das plantas congela, no tipo mais raro do fenômeno, a parte interna fica congelada e a planta apresenta um aspecto negro e morre no dia seguinte. As temperaturas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), sobem no decorrer do fim de semana, mas os meteorologistas alertam para outra frente fria para a segunda quinzena de maio.


 - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Nos siga no