Economia

Com pólos saturados, prefeitura vai criar novo núcleo industrial na Capital

Liana Feitosa | 10/03/2015 14:38
Titular da Sedesc afirma que casas populares serão construídas para atender busca por mão de obra na região oeste da Capital. (Foto: Arquivo / Campo Grande News)
Titular da Sedesc afirma que casas populares serão construídas para atender busca por mão de obra na região oeste da Capital. (Foto: Arquivo / Campo Grande News)

Falta terra para que indústrias se instalem em Campo Grande. E falta mão de obra para atender as empresas já instaladas no pólo industrial da Capital. A prefeitura pretende contornar a reclamação antiga dos empresários a partir da construção de 900 casas populares em 30 hectares até pouco tempo pertencentes à Kepler Weber, na saída para Aquidauana.

"O projeto, da EMHA (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande), já está em análise na Caixa Econômica Federal. Aguardamos apenas a liberação da verba", explicou, em entrevista ao Campo Grande News, Natal Baglioni, titular da Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio).

Atualmente, apenas no polo oeste estão instalados 101 empreendimentos. No entanto, esse e outros espaços já estão saturados. Para que a Capital continue expandindo investimentos no setor de indústria, novas novas áreas precisam ser levantadas e, para isso já existe projeto, segundo o secretário.

A prefeitura vai contratar uma comissão da USP (Universidade de São Paulo), com a qual já se reuniu por três vezes. " O objetivo é contratar essa equipe, especializada nas áreas de economia, administração e contabilidade, para que ela elabore projetos para o desenvolvimento da nossa cidade", compartilha Natal.

 

Empresários alegam que falta mão de obra para atender demanda dos polos. (Foto: Arquivo / Campo Grande News)

Tamanho do investimento - Entre os projetos está a construção de um distrito industrial. "Diferente do polo, que fica no perímetro urbano da cidade, essa nova área ficará na zona rural e contemplará rede de água, luz, esgoto, receberá serviço de recolhimento de lixo e, ainda, terá núcleo habitacional para atender a demanda por mão de obra das indústrias que se instalarem nessa área", afirma Natal.

De acordo com o secretário, o distrito deverá ter de 600 a mil hectares de área, fora da bacia do Pantanal, para que não tenha restrições ambientais. "Estamos trabalhando na identificação de áreas para suprir a falta de loteamentos. Essa busca é dirigida pela Planurb (Instituto Municipal De Planejamento Urbano), em parceria com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e a Sedesc", amplia.

Prazo - "Algumas áreas, que podem compor o distrito industrial, já foram identificadas, mas esse é um plano a médio e longo prazo, existem muitos passos a serem cumpridos", adianta o secretário.

A concessão de terras para indústrias ocorrerá conforme as mesmas regras da lei municipal 29/1999, do Prodes (Programa de Desenvolvimento Econômico e Social), que organiza a doação de áreas dos polos urbanos. "A lei criou o Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico), que é composto por 14 entidades, representantes de diversas áreas do setor empresarial", contextualiza o secretário.

Caminho - "A Sedesc recolhe os documentos necessários dos interessados nas terras e apresenta uma carta-consulta ao conselho. Nas reuniões do Codecon os processos são analisados pelas 14 entidades e, depois, votados. Se aprovados, vão para a Câmara de Vereadores, que aprova, ou não, a concessão da área", detalha o titular da Sedesc.

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