Economia

Com menos cimento, casa de tijolo ecológico sai 20% mais barata

Caroline Maldonado | 09/05/2015 09:39
Hotel em Bonito foi construído com tijolos ecológicos (Foto: Divulgação/Eco Máquinas)
Hotel em Bonito foi construído com tijolos ecológicos (Foto: Divulgação/Eco Máquinas)
Tijolos ecológicos podem levar vidro na composição (Foto: Alcides Neto)

Conhecido como tijolo ecológico, o modular de solo-cimento é mais caro do que o convencional, mas gera economia de até 20% em uma construção. Isso, porque não é necessário cimento entre as peças, a estrutura não exige madeira e nem rebocamento. Quem prefere uma parede lisa pode usar gesso para fazer o acabamento de quartos e outros cômodos.

A economia se dá pelo custo-benefício, conforme a arquiteta e professora universitária Mariana Inácio, que já fez diversos projetos com esse material em Mato Grosso do Sul. Com as tendências de sustentabilidade, a procura pelos tijolos ecológicos aumentou nos últimos dois anos no Estado, segundo a arquiteta. “Vem aumentando o interesse, porque a qualidade é muito boa. Também é excelente, porque o acabamento pode ficar exposto”, comenta.

Como é – Parecido com uma peça de lego, aquele bloco de montar, o tijolo de solo-cimento tem furos por onde passam os ferros e o cimento, que fazem a amarração da estrutura, mas nem todos são preenchidos.

Feito de argila, o tijolo ecológico é curado apenas com água e sombra. Já o modelo convencional utiliza a queima de lenhas. Isso exige o desmatamento de árvores, o que emite gases poluentes na atmosfera. Por isso, o tijolo é reconhecido pelo fator sustentável e utilizado por empresas interessadas em certificações ambientais.

De acordo com o técnico em Solo e Cimento Edmaro Fernandes, os tijolos ecológicos foram criados na China, antes mesmo dos queimados a lenha. “Antes, eram usadas máquinas manuais. Agora, são hidráulicas. Hoje ainda é permitido pelos órgão ambientais usar o forno, mas acredito que a tendência são os tijolos ecológicos”.

Vantagens – As construções com tijolos ecológicos têm isolamento acústico e térmico, segundo a arquiteta. “O furo permite a passagem do ar, que é excelente isolante. O ambiente fica mais aconchegante e quente no inverno. No verão a casa fica fria”, explica Mariana.

Como não precisam de rebocamento, geralmente, as casas com esse tijolo são acabadas com gesso apenas nos cômodos em que o construtor julga necessário, por conta do estilo do ambiente. “As pessoas preferem o acabamento nos quartos e aí usa-se o gesso, que é mais barato”, detalha Mariana. Dentre os ecologicamente corretos, há alguns modelos mais claros e até com partes de vidro, que dão um colorido. 

Outro aspecto positivo, que também gera economia, é a reforma nos sistemas elétrico e hidráulico da casa com tijolos ecológicos. A paredes não precisam ser quebradas para a passagem dos canos. Só é necessário fazer a abertura das saídas de água e energia.

Representante de vendas Luiz Henrique explica que não é preciso quebrar parede para reforma no sistema elétrico e hidráulico (Foto: Alcides Neto)
Construções com tijolos ecológicos têm isolamento acústico e térmico e usam menos cimento (Foto: Divulgação/Eco Máquinas)

Preço – O representante de vendas da Eco Máquinas Luiz Henrique também garante a economia com o uso dos ecológicos. Ele explica que a diferença no preço dos tijolos é pequena, em torno de 20%. Uma casa de 45 m² usa 10 mil tijolos, o que custa cerca de R$ 7,5 mil, pois o milheiro do ecológico sai por R$ 750. O milheiro do tijolo de oito furos, por sua vez, custa R$ 590, portanto 10 mil unidades saem por R$ 5,9 mil.

“O mais importante é que é um tijolo que não usa forno, mas é prensado e pode ser feito com resíduos de construção. A máquina que faz tijolos a partir de restos de obras fabrica 3,6 mil unidades por dia, com oito horas de trabalho. Faz quatro tijolos em menos de dois segundos”, conta o vendedor da empresa que distribui máquinas de produção de material a partir de resíduos da construção civil. 

A única dificuldade para quem opta por esse material é encontrar mão de obra qualificada. Com o aumento da demanda, no entanto, alguns cursos são oferecidos em Campo Grande. “Estão sendo feitos várias oficinas de capacitação, porque tem cliente que não encontra construtor e pedreiro”, revela Mariana, que ministra cursos de 40h nessa área, em parceria com a Eco Máquinas.

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