Economia

Clientes reclamam, mas impacto com energia mais cara será mínimo

Viviane Oliveira | 06/05/2014 14:16
Francisca foi reclamar da conta alta e diz preocupada com o reajuste para o próximo mês. (Foto: Marcos Ermínio)
Francisca foi reclamar da conta alta e diz preocupada com o reajuste para o próximo mês. (Foto: Marcos Ermínio)

Apesar de os clientes reclamarem do reajuste na tarifa de energia, que ficará entre 9,4% e 14,11%,  a presidente do Consen (Conselho dos Consumidores da Enersul), Rosemeire Cecília da Costa, diz que o impacto na conta de energia vai ser mínimo e ressalta que o índice de aumento deste ano foi um dos mais baixos no País.

O anúncio do reajuste foi feito em reunião na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na manhã de hoje (6). O percentual é menor do que o solicitado pela Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul), que era de 16,10%.

O funcionário público Eder Ocampos, 51 anos, diz que é um absurdo aumento de quase 10% na conta de energia. “O nosso reajuste salarial não passa de 5% a 6%, no entanto tudo aumenta e quase o dobro, como o que acabou de acontecer com a energia”, reclama. 

Compartilha da mesma opinião a comerciante Francisca Ribeiro de Melo, 73 anos. Ela é dona de um bar e uma borracharia na MS-80, saída para Rochedo, e reclama do valor alto que paga na conta de luz. “A renda dos dois comércios dá apenas para comer e pagar as contas”, diz.

Antes de saber que o valor da energia tinha aumentado, Francisca havia ido a uma das unidades da Enersul para reclamar, justamente, da conta alta. “No mês passado paguei R$ 263 na conta e este mês veio R$ 410, quase o dobro”, conta a senhora dizendo que levou um susto quando viu o valor.

A cabeleireira Simone não vê alternativa a não ser repassar o reajuste para o cliente. (Foto: Marcos Ermínio)

A cabeleireira Simone Cristiane de Oliveira, 37, que trabalha junto com a mãe, não vê alternativa a não ser repassar o reajuste para os clientes. “Infelizmente vamos ter que aumentar o valor dos serviços cobrados no salão, o reajuste tem que ser devagar para não assustar os clientes”, diz. Ela acrescenta que o aumento na conta preocupa muito. “A gente já gasta em torno de R$ 300 a R$ 400 por mês só de energia”, lamenta.

Ainda pode ficar mais caro - A presidente do Consen, embora considera que o impacto agora não será relevante, aproveita para alertar os consumidores quanto ao consumo exagerado de energia e sugerir que prestem atenção na chamada bandeira tarifária, que entra em vigor a partir de janeiro do ano que vem. "Isso está nos preocupando bastante", destaca.

Com essa nova regra, o valor da fatura pode subir até 9,1% no Estado, considerando-se uma conta com consumo de 100 KWh. A cobrança leva em consideração o custo para gerar a energia.

Com as cores verde, amarelo e vermelho, o novo modelo indicará se a energia custará mais ou menos, em função das condições de geração de eletricidade. A bandeira verde indica que a tarifa para o próximo mês não sofrerá acréscimo.

Com a bandeira amarela, a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. A bandeira vermelha alerta para acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos. “As pessoas precisam prestar atenção na conta para usar a energia racionalmente”, alerta.

A Aneel explica que quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas podem ser ligadas com a finalidade de preservar os reservatórios das usinas hidrelétricas. Com isso, o custo de geração aumenta, pois essas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel. "Além de não contribuirmos com o meio-ambiente ainda vamos pagar mais caro", finaliza Rosimeire.

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