Economia

Clientes fazem fila para garantir combustível sem reajuste

Alguns consumidores já falam em mudança de hábito. Ao invés de procurar o posto mais próximo, vai buscar o que seja mais barato

Nyelder Rodrigues | 30/01/2013 19:56
Fila tripla para abastecimento no posto chegou até a usar parte da pista da Via Parque (Foto: João Garrigó)
Fila tripla para abastecimento no posto chegou até a usar parte da pista da Via Parque (Foto: João Garrigó)

Filas em busca de bons preços. Esse é cenário em alguns postos de combustíveis de Campo Grande nesta tarde de quarta-feira (30), primeiro dia após o anúncio de aumento da gasolina e diesel feito pela Petrobrás.

E esse aumento pode representar uma mudança no comportamento do consumidor daqui em diante. Acostumados reabastecer no posto mais próximo de casa, ou no caminho para o trabalho, já começou a procura pelo que oferece os melhores preços.

O aumento anunciado foi de 6,6% no preço da gasolina comum (Gasolina A) e de 5,4% no preço do óleo diesel nas refinarias da companhia em todo o país. Já para o consumidor, na bomba do posto, em Campo Grande a previsão é que os valores para o litro girem em torno dos R$ 3 para gasolina e R$ 2,40 para o diesel.

Um dos motoristas que enfrentaram uma grande fila em busca de um melhor preço, Marcílio da Silva, de 35 anos, contou que, indo para o trabalho, viu o baixo preço no posto que fica na avenida Via Parque, e resolveu passar na volta para aproveitar.

“Tem que procurar o melhor preço. Só não optei pelo etanol porque o carro não é flex”, conta Marcílio, lembrando que o etanol não sofreu reajuste. No posto, da bandeira Bonatto, o litro etanol é comercializado por R$ 1,94, e da gasolina por R$ 2,70.

Marcílio explicou que abastecia em postos em que o acesso era mais cômodo para ele, como os próximos de casa. Porém, com o novo aumento, ele afirma que vai procurar os postos com os melhores preços. “Você vê diferenças de até R$ 0,20 o litro, o que faz uma grande diferença quando se enche o tanque”.

Além disso, Marcílio reclama do novo aumento dos combustíveis, que para ele, é abusivo. “É complicado para o brasileiro. Anunciaram a redução do preço da energia, mas por outro lado, sobe a gasolina. Isso porque a gente nem sabe se realmente vai abaixar a energia, não vimos no papel ainda”, argumenta.

Já Agustinho Miranda, de 45 anos, diz que de vez em quando reabastecia este mesmo posto, já que a bandeira é conhecida pelos baixos preços. Ele diz que geralmente abastece com etanol, mas também reclama do aumento na gasolina e diesel, já prevendo aumento nos custos do transporte de produtos e, consequentemente, no valor final dos produtos.

“A gente acaba tendo que aceitar. Mas é estranho para o Brasil, grande produtor de petróleo e etanol, ter um preço tão exorbitante. Tem uma cadeia de fatores, mas os impostos são o principal vilão. Fica realmente difícil”, opina Agustinho.

Diante do aumento da gasolina, Augustinho afirmou que vai continuar abastecendo com etanol, pois o considera mais em conta, e espera que o combustível também não sofra aumento.

Conforme especialistas, como o motor do carro fica mais potente com etanol, ele também consome mais combustível, e o abastecimento com etanol compensa mais que o com gasolina, financeiramente, quando o preço do litro do etanol é 70% do preço da gasolina. No caso do posto onde Agustinho e Marcílio abasteceram, o etanol seria a melhor opção se custasse R$ 1,89 o litro.

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