Economia

Capital ostenta lojas modernas, mas centrão está ultrapassado, diz consultor

Anny Malagolini | 22/08/2016 18:03
Rua 14 de Julho, principal endereço do varejo na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Rua 14 de Julho, principal endereço do varejo na Capital (Foto: Marcos Ermínio)

Ainda há quem sustente que Campo Grande é uma Capital com cara de interior, mas para o consultor de negócios Claudio Forner (ex-conselheiro de Roberto Justus no reality show Aprendiz 5), a cidade ostenta lojas muito modernas em algumas regiões, que ele compara às do comércio da Rua Oscar Freire, uma das mais luxuosas de São Paulo. Um ponto de otimismo para o setor varejista da Capital, que tem sofrido com a crise econômica.

Especialista no varejo moderno, Claudio Forner, que está na Capital, avaliou a situação do setor em Campo Grande, que vem apresentando queda mês a mês. E para levantar o comércio local, a primeira recomendação dele é a modernização, o que tem acontecido na Avenida Afonso Pena, por exemplo. Mas segundo ele, a rua 14 de Julho é principal exemplo de que o cenário está ultrapassado.

“Ali se encontra os dois lados. Há lojas revitalizadas, modernas, de padrão nacional e internacional. E tem loja que parou no século passado. Tem varejo na Afonso Pena que se tirar daqui e colocar na Oscar Freire, não precisa mudar nada. Compete com cidade com mais de 3 milhões de habitantes”, garantiu”.

Prédios modernos, mas que acabam sendo 'pulverizados' pelo contraste, de acordo com Claúdio, é recorrente na Capital sul-mato-grossense. “Uma casa pinta ao lado de uma casa não pintada, é assim que parece”, comparou. Mas além da vitrine, iluminação, e todo visual, o especialista disse que é preciso que o comerciante faça uma pergunta: “O que está esperando daquele ponto?".

E aconselhou: “Não é só uma questão física, mas também de tecnologia. Do dado, da informação de como se ler o cliente. Quem faz isso está crescendo absurdamente, e não obstante a crise. E quem não está fazendo isso, está perdendo muito e jura que é por causa da crise, mas não. Quem não tem se modernizado está ficando para trás”, avisou.

 

 

Claudio Forner, ex-conselheiro de Roberto Justus no Aprendiz 5 O Sócio. (Foto: Reprodução/Facebook)

Segundo ele, a mudança tem que começar na postura do empreendedor, o que vai muito além das vitrines. “Mentalidade tem que ser outra, senão, ele mesmo vai ser substituído. Tem que viajar, se preparar, colher ideias”.

Ele também acrescentou que o comportamento do cliente mudou, assim como o cenário comercial com a entrada de redes nacionais, o que poderia estar implicando na queda do setor na Capital. “O empreendedor não se preparou para a chegada da concorrência, achou que estaria escondido, mas agora ele tem. E se o negócio não estiver satisfazendo o cliente, com outra opção, ele certamente vai migrar. Ele não tem fidelidade. O perfil do comprador mudou”. E concluiu: “Estar em sintonia com o varejo moderno nada mais é resgatar a essência pelo o a ele abriu o próprio negócio, que um dia já foi bom”.

Projeto - Para mudar a situação, a prefeitura da Capital tentar emplacar o projeto “Reviva o Centro”, de revitalização da área central, que está no papel há anos. Entre 2011 e 2012, a administração da época impôs aos comerciantes a retirada de fachadas, letreiros, luminosos, toldos e marquises para um novo padrão, mas ainda parece estar distante do ideal. Enquanto isso, a informação é de o município espera o empréstimo de US$ 56 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para então dar início a reforma da área central.

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